Depois de sucessivas crises ambientais, os brasileiros parecem ter entrado em um dos poucos consensos possíveis neste país em 2020: a situação do meio ambiente é preocupante. Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta 3ª feira (3/11) mostrou que 98% da população se diz preocupada com o meio ambiente, em particular com a questão da Amazônia; para 95% dos entrevistados, é possível alinhar progresso econômico com a conservação florestal da região.
Outros dados apoiam essa percepção. Seis em cada dez entrevistados afirmaram que as queimadas são a maior ameaça ambiental no Brasil, sendo que 77% acreditam que o país deveria destinar mais áreas para proteção ambiental. Em termos de responsabilidades, o desempenho do poder público é visto de forma negativa pelos brasileiros, que rejeitam majoritariamente a atuação da União (35% entre ruim e péssima) e do Congresso Nacional (40%). A atuação de fazendeiros e pecuaristas é ainda mais impopular (42%). Na outra ponta, índios, ribeirinhos e quilombolas são bem avaliados pela população, com 58% de bom/ótimo, seguidos por ONGs ambientalistas (47%) e universidade e acadêmicos (39%).
Os resultados da pesquisa foram abordados por diversos veículos, com destaques nos Estadão, O Globo, Poder360 e Veja.
Em tempo: Enquanto a população se mostra preocupada com a situação ambiental do Brasil, Jair Bolsonaro (ou o filho dele, Carlos) está mais interessado em conspiracionismo barato. Em posts nas redes sociais do presidente especulou-se sobre a possibilidade de uma “interferência externa” no Brasil, insinuando que interesses estrangeiros na Amazônia poderiam prejudicar a soberania do país na região. Ele também sugeriu que esses mesmos interesses poderiam estar operando nos EUA para interferir no resultado das eleições presidenciais de ontem. Vá entender… Estadão, Folha e O Globo repercutiram o conspiracionismo presidencial.
Fonte: ClimaInfo
Comentários