“O que vier a ser inventado que se converta em um objeto manufaturado qualquer, poderá ser produzido no PIM até 2.073.”
“O Polo Industrial não está em declínio tecnológico porque a tecnologia nele aplicada é a
mesma utilizada em outros países pelos detentores das patentes e não depende do Brasil.”
O lugar à margem esquerda do Rio Negro chamado de “Mãe dos Deuses” (Manaós, em linguagem indígena aruake), teve a fase inicial de 1.669 até 1890 como centro estratégico definido pela geopolítica de ocupação da região pelos portugueses.
Considerada desde então como um ponto logístico estratégico de defesa de território e para o comércio da Amazônia por confluir navegação pelas calhas do Rio Negro ao Norte, para o Atlântico e Europa à Leste pelo Rio Amazonas, para o interior Sul do Brasil pelo Rio Madeira e
para o Oeste amazônico via Rio Solimões, retomou de Barcelos, por estes atributos, e definitivamente, a posição de capital da Província do Amazonas.
Chamada de Forte de São José da Barra do Rio Negro, nome português original de então, teve outros nomes, entre outros, como Lugar da Barra, Vila da Barra, até chegar a ser Manaus, passando inclusive pelo popular não oficial “Porto de Lenha”.
A partir de 1890 teve a primeira influência econômica importante oriunda da produção da borracha no interior do Amazonas, especialmente na região do Purus, cujos empreendedores, por estarem em Manaus, contribuíram para o avanço da infraestrutura pública em energia
elétrica, transportes coletivos, telefonia e a instalação do porto flutuante, quando nasceu, por exemplo, o Teatro Amazonas em 1896. A evidente concentração de renda na capital já eram um fato.
Este movimento econômico, continuado pela invenção do automóvel e sua demanda por pneus e pela deflagração da 1ª guerra mundial já no início do século XX, provocou e foi sustentado por forte movimento migratório.
Terminada a 1ª. guerra mundial, e com a produção simultânea da seiva também na Ásia, a atividade econômica declinou, quando se instala uma das chamadas crises econômicas.
Com a 2ª. guerra mundial, novo ciclo de produção da borracha impulsionou a economia local da mesma forma, e igualmente concentrando em Manaus o resultado final, com duração breve, de 1942 a 1945, declinando a partir de então.
A crise decorrente deste movimento regressivo durou até 1967, quando foi instalada a ZFM e seu polo industrial.
Assim, a jovem senhora Manaus aos 298 anos de idade é casada com a ZFM e com divórcio amigável já combinado para o aniversário dos 404 anos.
O ciclo migratório se repete, e Manaus registrou o maior crescimento demográfico percentual do Brasil entre 1.970 e 2010 com 510% de aumento, ampliando e perpetuando o mesmo processo de concentração de renda na cidade, repetindo o processo desde o século XIX.
A cidade atinge em 53 anos de ZFM a 8ª. posição em contingente populacional do país, a 7ª posição em geração de PIB, e processa hoje o 3º maior parque industrial brasileiro.
O processo concentrador de renda de 130 anos atrás se mantém. Não dependeu da borracha e não depende do PIM.
O escoamento da produção sempre dependeu da demanda externa por não haver na cidade capacidade de consumo interno, desde a borracha cuja exportação era de 100%, até atualmente com o Polo Industrial de Manaus que exporta 98% de sua produção municipal para o interior do estado e para restante do Brasil, dos quais cerca de 1% para outros países.
Esta atividade econômica industrial sinergicamente induziu o incremento do comércio e dos serviços, e tem estado na pauta da cidade (e do Amazonas) a discussão de alternativas outras, hoje chamadas de atividades econômicas complementares ao PIM.
No futuro, seriam atividades substitutivas, vez que a ZFM tem prazo de funcionamento até 2.073, quando completará um século e 6 anos de convivência, provavelmente um dos mais longos períodos de incentivos fiscais concedidos no planeta.
O Polo Industrial não está em declínio tecnológico porque a tecnologia nele aplicada é a mesma utilizada em outros países pelos detentores das patentes e não depende do Brasil.
O que vier a ser inventado que se converta em um objeto manufaturado qualquer, poderá ser produzido no PIM até 2.073.
Estará sim em declínio e até seria extinto prematuramente caso o governo federal entenda, e consiga convencer o Congresso Nacional, de que os incentivos fiscais não são adequados pela atual política liberal.
Enquanto as pessoas quiserem motocicletas, celulares, telas ou equipamentos de projeção ou geração de imagens, refrigerantes, depiladores, máquinas de fazer café ou de lavar roupa, entre centenas de outros produtos, a ZFM terá o que fazer, desde que permaneçam os
incentivos fiscais.
Se a ZFM não fizer, alguma outra zona vai produzir.
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