A nova tecnologia utiliza inteligência artificial para analisar rapidamente imagens de satélite das áreas com incêndios florestais e comparar com registros anteriores do mesmo local
Um novo satélite tecnológico foi lançado nesta semana com o objetivo de colaborar com a detecção precoce de incêndios florestais. Iniciativa do Google, a novidade é o primeiro modelo do projeto FireSat, uma iniciativa que surgiu para superar limitações de satélites tradicionais. Muitas vezes estes oferecem imagens com baixa resolução e atualizações lentas, dificultando a identificação de focos de incêncio ainda em estágios iniciais.
“Alguns satélites hoje tiram uma foto a cada cinco minutos, mas elas são grosseiras”, apontou Chris Van Arsdale, que trabalha em projetos de clima e energia no Google, em comunicado. “Você tem sorte se puder ver a cidade de São Francisco na imagem. Você certamente não verá onde está um incêndio até que ele tenha alguns acres de tamanho.”

Outro aspecto relevante destacado pelo Google é que muitos incêndios florestais têm início em áreas montanhosas, frequentemente atingidas por raios e de difícil acesso para aviões e drones, o que compromete a detecção precoce.
Com o FireSat, o Google utiliza inteligência artificial para analisar rapidamente imagens de satélite e comparar com registros anteriores do mesmo local. A IA leva em consideração elementos como clima e proximidade de infraestrutura para identificar com precisão a presença de incêndios, independentemente da localização no planeta. Isso permitirá uma resposta mais rápida e localizada, contribuindo para a mitigação de danos ao meio ambiente e à população.
“Na primeira vez que usamos o avião, um dos membros da nossa equipe acendeu uma churrasqueira e uma fogueira em seu quintal para que pudéssemos voar com o avião e testá-lo”, contou Erica Brand, uma das gerentes do FireSat. “E os sensores conseguiram captá-lo.”

Nos próximos anos, espera-se que os dados do satélite contribuam para um mapeamento histórico de incêndios e queimadas, ampliando cada vez mais sua precisão. Nesse cenário, um incêndio de apenas 5×5 metros, aproximadamente do tamanho de uma sala de aula, poderia ser identificado em 20 minutos.