Por Sandro Breval
As estimativas, menos promissoras, indicam que em 2025 teremos bilhões de dispositivos conectados e gerando grandes volumes de informação, ou seja tudo leva a crer que seremos uma espécie de antena ambulante. Já estamos conectados e modificando nossa forma de pensar, de agir, de procurar e até de criticar. Basta teclar no Google. A sociedade da informação é assim.
Muitos aplicativos, programas, sistemas orientados para o atendimento das necessidades pessoais, corporativas, governamentais são lançados a todo instante, impossível acompanhar a velocidade.
Novo órgão vital
A internet das coisas, não é nova, foi pensada em meados de 1999 por Kevin Ashton, e hoje encontramos dispositivos nas casas, nas fábricas, nos carros, aviões, nas cidades e por aí vai. Criamos, inclusive, um novo órgão vital. O celular. E temos uma nova rede de neurônios artificial – a internet. Agora, imaginemos tudo isso conectados, sem parar.
Odisseia 2025
A humanidade está gerando peta ou zetadados a cada instante, e as organizações buscam uma forma estruturada de fazer uso delas, possibilitando lançamento de novos produtos, serviços e hábitos. Para quem achava que o HAL, da Odisséia 2001, era coisa da imaginação de Arthur C. Clarke, estava enganado, hoje temos diversos ao nosso redor e incrivelmente mais potentes, com poder de processamento, de armazenamento e sobretudo com possibilidade de “pensar”.
Se o Dr. Dave Bowman estive hoje aqui? O que ele pensaria? Ficaria paralisado com tanta tecnologia. Criamos algo que transborda nossa própria capacidade. O fato é que a “techné” enquanto corpo de conhecimento associado a uma prática reluz sobre a vertente do pensamento ocidental. Mais produção!
Vida em algoritmos
A tecnologia está presente em tudo. Imagine que quando fazemos uma ressonância as imagens podem ser processadas e o laudo ser gerado por meio de inteligência artificial. Em nossas buscas diárias por informações, os sistemas “entendem” o seu padrão e sugerem novas possibilidades. Nossa capacidade cognitiva sendo substituída por algoritmos.
A conectividade está nos possibilitando novos horizontes virtuais, eliminamos as fronteiras. Facilmente, já trabalhamos em projetos de virtualização de empresas, de linhas de produção, de cadeia de suprimentos, e tudo isso com impactos diretos na eficiência.
Sensorizar a vida
O sentir está sendo substituído por “sensorizar”. Temos sensores em tudo hoje em dia. Pulseiras que mostram nossos batimentos cardíacos, temperatura, agenda, ligações. Máquinas que nos dizem quando podem parar – capacidade preditiva. Robôs de investimentos que compram e vendem de forma autônoma. Chamem o Dr. Bowman!
A questão é o que estaria por trás disso tudo? Algum propósito? Melhoria contínua? Controle? Um novo Homo Conectus? Informação é uma questão de sobrevivência. Precisamos de senhas para esse novo mundo. Admirável e complexo. Admirável por que possibilita o conhecimento chegar a lugares remotos e complexo já que precisamos nos adaptar rapidamente às tecnologias e novo “habitus”.
Surreal
Na década de 40, René Magritte pintou o quadro “O filho do homem” , que retrata um homem de chapéu oco, com uma maçã no rosto, em frente a uma mureta, e logo atrás o mar e o céu nublado.
De forma conectada com o mundo de hoje, a maçã é o nosso novo pensar na esteira tecnológica. A mureta os desafios da tecnologia. O mar as inúmeras possibilidades e descobertas a porvir. O céu nublado, o desconhecido. E o homem, o digital.
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