Nova plataforma monitora áreas de mineração na Amazônia

Através de uma ferramenta de inteligência artificial alimentada com imagens de alta resolução, a plataforma de monitoramento identifica áreas com características de mineração

A mineração e, em especial, o garimpo, tem ganhado protagonismo na cobertura jornalística, devido aos seus impactos em rios e florestas, como visto na região do Tapajós, no Pará. Nesta quinta-feira (07), jornalistas e pesquisadores ganharam uma nova ferramenta para investigar a atividade na Amazônia, a plataforma Amazon Mining Watch. A iniciativa, desenvolvida em parceria pelo Rainforest Investigations Network (RIN) do Pulitzer Center e a Earthrise Media, utiliza inteligência artificial para “ler” imagens de satélite em alta resolução e detectar padrões de áreas usadas por garimpos de ouro e outras atividades de mineração a céu aberto na região amazônica

A plataforma permite que a mineração seja monitorada de forma remota por jornalistas, por exemplo, para levantar dados e embasar reportagens investigativas. A Amazon Mining Watch não distingue, entretanto, atividades legais (aquelas com as devidas autorizações) e ilegais. 

Para fazer o reconhecimento das áreas de garimpo são utilizadas características topográficas. Em sua versão beta, a plataforma é capaz de analisar 326 milhões de imagens de alta resolução – que cobrem toda a extensão da Amazônia, não apenas no Brasil – a cada quatro meses. Através de um algoritmo treinado pelos pesquisadores, a ferramenta identificou uma área com características de atividade de mineração do tamanho de 6,8 mil quilômetros quadrados, o equivalente a mais de quatro vezes a área da cidade de São Paulo. A maior parte dos pontos está no Brasil, na Guiana e na Venezuela.

Por ser um método automatizado, os desenvolvedores do projeto admitem a existência de falsos positivos, mas reforçam que o principal objetivo da Amazon Mining Watch é encorajar jornalistas, pesquisadores e ativistas a usar os dados como um trampolim para investigar mais profundamente os resultados.

Fonte: O Eco

Redação BAA
Redação BAA
Redação do portal BrasilAmazôniaAgora

Artigos Relacionados

Aterro em Iranduba: ideia de jerico, ideia de ojeriza

"O novo aterro em Iranduba, localizado logo após a Ponte...

A floresta em pé tem valor, e o Amazonas é prova disso

O modelo industrial da floresta em pé é tecnicamente mensurável, socialmente justo e ambientalmente superior. Enquanto o mundo discute metas, o Amazonas já as cumpre.

Idesam expande energia solar na Amazônia e zera uso de diesel em comunidades da região

Com sistemas solares, Idesam elimina diesel e reduz custos de produção na RDS do Uatumã, impulsionando renda e sustentabilidade.

Descoberta de novas espécies revela vida marinha a mais de 6 mil metros de profundidade

Pesquisadores revelam 14 novas espécies em expedição global e mostram como a tecnologia acelera a descoberta de novas espécies.

Conheça o AmazonFACE: torres liberam CO₂ na floresta para simular o aquecimento global

AmazonFACE injeta CO₂ na Amazônia para prever como a floresta reagirá às mudanças climáticas nas próximas décadas.