Com estudo genético, Brasil avança no mapeamento de espécies ameaçadas de extinção

O sequenciamento genético e mapeamento de espécies nativas oferece aos pesquisadores informações detalhadas sobre como cada uma vive e quais fatores as ameaçam, sendo um recurso fundamental para a conservação da fauna

O projeto Genômica da Biodiversidade Brasileira (GBB), liderado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), completou dois anos de atividades com a conclusão de 23 genomas de referência. Entre eles, está o da onça-pintada, da ararajuba e do peixe-boi-da-Amazônia.

O sequenciamento genético dessas espécies nativas oferece aos pesquisadores informações detalhadas sobre como cada uma vive e quais fatores as ameaçam, sendo um recurso fundamental para a conservação da fauna, especialmente diante do contexto de emergência climática.

Com estudo genético, Brasil avança no mapeamento de espécies ameaçadas.
Com estudo genético, Brasil avança no mapeamento de espécies ameaçadas | Foto: Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar/Fundação Grupo Boticário

Para que serve o mapeamento de espécies?

Os genomas funcionam como mapas genéticos que ajudam a identificar vulnerabilidades biológicas, analisar a diversidade genética das populações, elaborar estratégias de manejo e reprodução assistida e monitorar a saúde genética de espécies ameaçadas.

Assim, ao ampliar o conhecimento científico sobre a biodiversidade brasileira, esses dados contribuem para políticas públicas de preservação mais eficazes. Essa iniciativa permite, por exemplo, antecipar perdas genéticas e promover medidas de resiliência ecológica.

Avanços do projeto

Os pesquisadores envolvidos no projeto GBB já tem usado técnicas e protocolos de DNA ambiental/Metabarcoding para monitorar a biodiversidade em Unidades de Conservação espalhadas pelo país, gerando dados mais abrangentes.

Atualmente, somando todos os tipos de ações, estão em curso 114 projetos em paralelo no âmbito do GBB, segundo a Agência Braisl. As equipes já coletaram 2.249 amostras e, a partir delas, realizaram 1.175 sequenciamentos genéticos.

Entre os avanços, destacam-se os 336 genomas populacionais finalizados de 11 espécies emblemáticas, como a harpia, a anta, a arara-azul-grande, a arara-azul-de-lear e a saíra apunhalada — esta última classificada como criticamente ameaçada de extinção.

araraazul
Foto: Patrick Pleul/dpa-Zentralbild/dpa Picture-Alliance/via AFP
Isadora Noronha Pereira
Isadora Noronha Pereira
Jornalista e estudante de Publicidade com experiência em revista impressa e portais digitais. Atualmente, escreve notícias sobre temas diversos ligados ao meio ambiente, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável no Brasil Amazônia Agora.

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