Entre janeiro e junho, bioma perdeu área equivalente à cidade de Cuiabá, oitava maior capital do país, em termos territoriais. Queimadas também cresceram
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou dados preliminares indicando um novo recorde de desmatamento no Cerrado durante o primeiro semestre de 2023. Entre 1º de janeiro e 24 de junho, a área afetada foi de 4.114 km², uma área equivalente à cidade de Cuiabá, a oitava maior capital do país em termos territoriais. De acordo com a Sala de Situação, uma ferramenta de dados geográficos do INPE, a maior parte do desmatamento ocorreu nos estados do Maranhão, Bahia e Tocantins nos últimos três meses. Essa cifra é a maior da série histórica do INPE para o bioma, iniciada em 2019.
Vale destacar que o Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro e é considerado um hotspot de biodiversidade, tendo uma importância fundamental para a manutenção do equilíbrio ambiental em todo o território nacional. Infelizmente, nos últimos 20 anos, o bioma tem sido alvo do desmatamento desenfreado, que já causou a perda de metade de sua vegetação original.
Esse acelerado processo tem sido impulsionado principalmente pela expansão da fronteira agrícola e pela atividade pecuária, que têm levado à conversão de áreas naturais em áreas de cultivo e pastagem. Uma análise mais atenta evidencia que o agro não é tão pop. Esse desmatamento tem impactado negativamente a biodiversidade do bioma como um todo, alterando o equilíbrio ecológico, fator crucial para surgimento de problemas como a erosão e o assoreamento dos rios.
Além disso, o desmatamento ilegal impacta negativamente o clima em outras regiões do país, o Sudeste e Sul por exemplo, regiões onde a vegetação nativa está 90% comprometida, tem sido vítima frequente das intempéries subtropicais. A redução da capacidade do Cerrado de regular o regime de pluviométrico e de absorver carbono da atmosfera, impactará cada vez mais outras localidades do Brasil. O aumento dos focos de calor na região também tem sido um problema para quem experimenta o dia a dia nessas cidades. Pois eles contribuem com a falta de umidade relativa do ar, um risco para o sistema respiratório das pessoas.
Esforços têm sido feitos para combater o desmatamento no Cerrado, como a criação de unidades de conservação e a implementação de políticas de incentivo à agricultura sustentável. No entanto, é necessário um esforço coordenado de diversos setores da sociedade para garantir a preservação desse importante bioma.O impacto do desmatamento é um tema de grande preocupação, pois afeta diretamente a biodiversidade e o clima da região. Além disso, pode ter impactos negativos na economia, uma vez que o Cerrado é um importante provedor de água para outras regiões do país e abriga importantes atividades agropecuárias.
O bioma do Cerrado vem registrando altos índices de desmatamento e também de focos de calor nos últimos meses, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O número de focos de calor entre janeiro e junho de 2023, computado pelo INPE, foi ligeiramente inferior ao ano anterior: 10.331 focos este ano, comparado a 10.869 em 2022.
Em quatro dos seis meses, porém, o número de focos de calor foi maior que o período anterior, e em todos eles, acima da média para o mês. Tocantins, Maranhão e Mato Grosso aparecem nos primeiros lugares do ranking de estados com maior número de focos, o que é motivo de grande preocupação.
Não se pode esquecer que em 2021, o governo brasileiro se comprometeu a reduzir em 50% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, em relação aos níveis verificados em 2005. Além disso, o país pretende zerar as emissões de carbono líquidas até 2050. Essas metas têm como objetivo reduzir o impacto do país no aquecimento global e contribuir para a construção de um futuro mais sustentável. Qual será o papel do Cerrado na construção desse objetivo ?
Brasil Amazônia Agora publicado com informações de: OECO
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