Por Wilson Périco
O CIEAM, 10 de agosto 1979 2019, atinge a maturidade e segue fiel ao impulso original de seu fundador, o visionário empreendedor Mario Expedito Neves Guerreiro, voltando suas prioridades para o atendimento da indústria, nossas demandas de luta pela infraestrutura e
segurança jurídica e, particularmente, para assegurar o interesse maior da comunidade, a construção de um Amazonas próspero e competitivo.
E a cada dia ganha importância e veemência seu apelo pela união de todos, a partir da qual poderemos mais facilmente diversificar, adensar e regionalizar o desenvolvimento e assegurar as condições para o crescimento da Indústria 4.0, a Quarta Revolução Industrial.
Isso significa, portanto, focar na geração de alimentos com a piscicultura e a fruticultura, produzidas no menor espaço com maior produtividade, graças aos recursos da tecnologia e nanobiotecnologia.
Significa organizar a atividade mineradora e promover a contrapartida de que carecemos dos serviços ambientais que prestamos ao Brasil e ao Clima. Queremos reafirmar que não há novidade na transformação do Amazonas em capital mundial da Biotecnologia Tropical.
Isso significa amadurecer essa vocação aplicando na região os recursos que a indústria recolhe para este fim.
Sem a intromissão policial e tributarista do poder público, para custear a própria máquina, é claro. O proibicionismo tem de dar lugar ao fomento, não penalizar como instrumento de interlocução mas estimular o fazer corretamente do ponto de vista técnico e socioambiental. Retomo aqui e recomendo ao nosso Conselho Superior trabalharmos juntos neste conceito de inventário das riquezas da biodiversidade.
Essa tem sido a intuição de Mario Guerreiro, revelada em conversas recentes, e é um mote que deveríamos resgatar no conceito original do projeto Radamna perspectiva da biodiversidade.
E o que é isso? Muitos de nós talvez não saibamos que, em 1975, o empresário visionário Eliezer Batista, o homem que idealizou a Embraer, entre outras genialidades, desenhou o Projeto Radam para a Amazônia, um levantamento aerofotogramétrico da floresta com equipamentos de sofisticados Raios X, acoplados a aviões de porte longo percurso para vasculhar o que havia de mineral precioso e estratégico no subsolo da Amazônia, um levantamento contido numa biblioteca de Geologia e Mineralogia com mais de 70 volumes.
Pois bem, Mario Guerreiro defende que se faça algo semelhante com as riquezas genéticas da Amazônia, um levantamento precioso e detalhado para levantar a ocorrência de espécies de alto valor agregado e a melhor forma de seu aproveitamento perene.
O que significaria isso para o Brasil, senão a transformação do Amazonas na capital mundial da Bioeconomia da Sustentabilidade, para criar empregos e riqueza nacional. Foi com essa sua intuição original que se voltou para as fibras de juta e malva de olho na Interiorização da economia antes da chegada da Zona Franca de Manaus, nos anos 50, quando inaugurou a BrasilJuta, com seu parceiro, Adalberto Valle e a presença de Getúlio Vargas.
Fibras naturais seriam o sucedâneo dos tempos perdidos com a falta de gestão do poder constituído para a perenidade do Ciclo da Borracha.
As fibras regionais consorciadas com algodão, linho e seda, dariam insumos à diversificação à indústria de uniformes profissionais de Manaus, a BDS Bicho da Seda, uma produção de classe mundial, que é nosso orgulho nativo. Nosso muito obrigado a todos os parceiros do CIEAM, seus colaboradores, novos Guerreiros das incessantes batalhas pelo Amazonas.
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