Estudo com abelhas sem ferrão destaca o valor da biodiversidade como fonte de inseticida natural e impulsiona alternativas sustentáveis na indústria farmacêutica
Pesquisadores identificaram na geoprópolis da abelha mandaçaia (Melipona quadrifasciata) um inseticida capaz de eliminar até 100% das larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A descoberta pode levar ao desenvolvimento de inseticidas naturais menos tóxicos ao meio ambiente e reforça a importância da biodiversidade brasileira na busca por soluções sustentáveis para a saúde pública.
A geoprópolis é uma variação do própolis que, além de resinas vegetais, contém partículas de barro ou argila. A pesquisa realizada em parceria entre a Universidade de São Paulo, a Universidade de Brasília e startups da região de Ribeirão Preto, identificou um composto chamado diterpeno na geoprópolis das abelhas nativas. A molécula é resultado da combinação entre a resina de pinus e a saliva das abelhas mandaçaias e apresentou forte ação larvicida.
A pesquisa abre caminho para o uso de outros insumos de abelhas sem ferrão, além do mel, e busca viabilizar a aplicação do diterpeno na indústria farmacêutica, fortalecendo iniciativas de inovação focadas em preservar a biodiversidade brasileira.