“Previsões indicam que os efeitos do clima na indústria pode levar a catástrofes ambientais e ameaças a ecossistemas, com chuvas diluvianas e ondas de calor extremo impactando florestas como a Amazônia.”
Por Antônio Silva
__________________
O povo amazonense, assim como a indústria do estado, necessita de ações urgentes que amenizem os efeitos da crise climática, para depois se pensar em cuidados preventivos, a curto e médio prazo, capazes de fazer frente aos transtornos e minorar os resultados danosos.
As condições do local de trabalho, por causa da crise, levam as empresas também a ter mais cuidado com o bem estar dos seus colaboradores, procurando soluções paliativas que tenham em conta a vestimenta, o resfriamento das fábricas e até mesmo que necessite dividir o contingente de funcionários em grupos, separando aqueles que podem arcar com relativo aumento de calor ambiente e dos que não podem. Tudo isso onera o custo operacional que as empresas, certamente, repassarão aos consumidores.
Leia também:
É a chamada inflação climatológica, que evidencia a influencia que as mudanças climáticas representam ameaçando a estabilidade de preços, gerando impactos negativos na economia. Segundo alguns especialistas, embora esses impactos sejam maiores nos preços dos alimentos, também atingem consideravelmente os bens e serviços causando inflação que pode chegar até 1,2 p.p. (ponto percentual) anualmente até 2035.
As vazantes dos rios amazônicos também é preocupação para a indústria local, pois dificulta o transporte como um todo, principalmente o movimento de cargas de insumos e produtos acabados, o que aumenta custos e impacta negativamente no funcionamento das linhas de produção e por tabela na manutenção dos empregos.
Aqui e em todo o Brasil, a indústria começa a contabilizar os custos adicionais da crise climática. As temperaturas mais elevadas e por vezes insuportáveis, chuvas violentas, inundações, secas fora de época, incêndios, desaparecimento de rios, são algumas das tragédias que já produzem enormes prejuízos e milhões de mortes não só no nosso país, como no mundo todo.
Fala-se muito sobre mitigação das mudanças climáticas para conter uma catástrofe anunciada, que ocorrerá se não agora, mas provavelmente acontecendo daqui a pouco tempo, talvez para desconforto e sofrimento dos nossos netos. Não estamos exagerando, pois temos consciência de que muito pouco os Governos no mundo todo estão fazendo para enfrentar o problema. Na verdade estão se omitindo e agindo com indiferença, não dando a devida importância ao tema tão crucial para a humanidade.
Segundo uma pesquisa da Universidade da Califórnia e outra do Centro Nacional Oceanográfico dos Estados Unidos, o limite previsto de aquecimento global que seria de 1,5 graus Celsius em relação à média do período pré-industrial, até o fim do século XXI, foi ultrapassado recentemente e caminha para 3 graus nos próximos anos, não se sabendo o que acontecerá com um aquecimento global dessa magnitude.
Os efeitos segundo prognósticos seriam catastróficos e aterrorizantes, com ocorrência de chuvas diluvianas, ondas de calor insuportáveis em várias partes, desaparecimento de vários ecossistemas e possivelmente o desaparecimento de florestas, entre as quais a Amazônica.
Antônio Silva é administrador de empresas, empresário e presidente da Federação das Indústrias do estado do Amazonas e vice presidente da CNI.
Comentários