Uma operação recente conduzida por membros da comunidade Yanomami resultou na detenção de doze garimpeiros, incluindo mulheres, na região de Homoxi, dentro do extenso Território Yanomami
As detenções ocorreram depois que os indígenas flagraram os garimpeiros contaminando fontes de água com mercúrio, uma substância altamente tóxica e prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana. O grupo foi posteriormente entregue à Força Nacional e está previsto para ser transferido para a sede da Polícia Federal em Boa Vista, conforme anunciado pelo Ministério dos Povos Indígenas.
A ação dos indígenas foi amplamente divulgada pela Urihi Associação Yanomami, que também expressou preocupações com a demora nas operações de expulsão de garimpeiros das áreas mais isoladas do território. Segundo a ONG, essa lentidão tem exposto as comunidades Yanomami a níveis crescentes de violência e danos significativos aos seus meios de subsistência. A associação ressalta que, embora as operações para destruir equipamentos de garimpo ilegal estejam ocorrendo, sem uma estratégia de monitoramento contínuo e ações específicas nos pontos de entrada do território, essas medidas se tornam ineficazes.
Em resposta à crise, o governo federal inaugurou em fevereiro a Casa de Governo de Roraima, em Boa Vista. Esta iniciativa reúne o trabalho conjunto de 31 órgãos e instituições do Governo Federal com o objetivo de criar uma rede de apoio e proteção constante para o Território Yanomami. Esta ação é parte de uma estratégia mais ampla para combater os problemas persistentes que afetam este território, incluindo o garimpo ilegal, a grilagem de terras, o tráfico de drogas e o desmatamento.
A Terra Yanomami, que abrange mais de 9,5 milhões de hectares, é o maior território indígena do Brasil. Os povos Yanomami têm enfrentado uma crise humanitária prolongada devido às atividades ilegais que devastam seu ambiente e ameaçam suas tradições e existência. Em janeiro do ano passado, a situação alarmante levou o governo federal a declarar uma situação de emergência em saúde pública de importância nacional, sublinhando a urgência de intervenções efetivas e coordenadas para proteger essa região vital e suas comunidades.
*Com informações Agência Brasil
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