“Ainda há tempo para minimizar os prejuízos financeiros e os sofrimentos deste ano, e mais tempo ainda para desenvolver um estratagema objetivo para as próximas cheias e secas, todas com data marcada.”
Por Juarez Baldoino da Costa
___________________________
A repetição da intensidade da estiagem de 2023 prevista para 2024, divulgada pela Defesa Civil do Amazonas, pode causar perda semelhante de vendas do comércio e da indústria por falta de produtos, e o Amazonas, que deixou de arrecadar R$ 500 milhões segundo noticiou a SEFAZ, pode também ter a repetição da perda neste ano. Os custos adicionais de fretes em 2023 somente para a indústria, de mais de R$ 1 bilhão segundo informou o CIEAM – Centro da Indústria do Estado do Amazonas, e outras centenas de milhões para o comércio, também podem se repetir.
Para minimizar os efeitos em 2024, o estado pode abrir linhas de crédito de curto prazo através de suas agencias financeiras ou firmar parcerias com a rede bancária para capitalizar os empreendimentos locais permitindo que antecipem compras. Certamente os juros serão menores do que os custos por não ter as mercadorias, incluindo os suprimentos para o Natal.
As mercadorias oriundas da Ásia já devem estar prestes a iniciar viagem.
O estado poderia ainda postergar a cobrança do ICMS antecipado destas compras estratégicas excedentes por 90 ou 120 dias, por indicação dos contribuintes, mantendo a arrecadação linear e sem pressionar ou inviabilizar o caixa das empresas, estimulando o abastecimento.
O adensamento populacional do entorno dos cursos d’água em razão de ser ela a principal fonte de subsistência e de mobilidade, tem mostrado o agravamento da situação, dado que o poder público não tem conseguido conter este movimento.
Há ainda o efeito inverso causado por este excesso de gente que ocupa o espaço das margens dos rios longitudinalmente, o que desencadeia automaticamente o problema para a época da cheia que atingirá estas ocupações cada vez maiores e nas estações seguintes, perpetuando um ciclo até então invencível e crescente.
Ainda há tempo para minimizar os prejuízos financeiros e os sofrimentos deste ano, e mais tempo ainda para desenvolver um estratagema objetivo para as próximas cheias e secas, todas com data marcada.
Juarez é Amazonólogo, MSc em Sociedade e Cultura da Amazônia – UFAM, Economista, Professor de Pós-Graduação e Consultor de empresas especializado em ZFM.
Comentários