Um novo estudo apresentado na Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP28), realizado em Dubai, trouxe uma alarmante constatação: as emissões globais de carbono atingiram um recorde em 2022 e continuam a crescer em 2023. Publicado na revista Earth System Science Data, o relatório dos pesquisadores do Global Carbon Project aponta que, mantendo o ritmo atual, há uma chance de 50% de que o aquecimento global ultrapasse 1,5 ºC em relação aos níveis pré-industriais nos próximos sete anos.
Em 2023, a humanidade liberou uma estimativa de 40,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, marcando um aumento de 1,1% em comparação com o ano anterior. Incluindo as emissões resultantes de mudanças no uso do solo, como o desmatamento, o total sobe para 45,1 bilhões de toneladas.
Embora algumas regiões, como a Europa e os Estados Unidos, mostrem uma diminuição nas emissões fósseis de CO2, o aumento geral é motivo de preocupação. Os cientistas alertam que a ação global para reduzir os combustíveis fósseis não está acontecendo com a rapidez necessária para prevenir mudanças climáticas perigosas.
Os autores do estudo destacam em comunicado que os efeitos das mudanças climáticas são visíveis em todo o mundo. No entanto, as medidas para diminuir as emissões de carbono provenientes dos combustíveis fósseis estão avançando de forma lenta. Eles enfatizam a necessidade urgente de os líderes mundiais chegarem a um consenso sobre cortes rápidos e efetivos nas emissões de combustíveis fósseis, a fim de enfrentar a crescente crise climática.
Este relatório coloca em evidência a disparidade entre as ações atuais e as necessidades urgentes para combater o aquecimento global, ressaltando a importância de medidas imediatas e eficazes no cenário internacional.
Metas de emissão de carbono sob escrutínio após novo estudo
Apesar dos esforços globais para limitar o aquecimento climático, um estudo recente sugere que as ações atuais podem não ser suficientes para atingir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris. Este tratado histórico, assinado por 196 países, visa manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2 °C acima dos níveis pré-industriais, com esforços adicionais para limitar esse aumento a 1,5 °C.
Os cientistas alertam que um aumento de temperatura acima de 2 °C resultaria em consequências graves e disseminadas, incluindo condições meteorológicas extremas mais frequentes. O estudo defende que, para evitar os piores impactos das mudanças climáticas, é necessário que os países descarbonizem suas economias mais rapidamente do que estão fazendo atualmente.
As previsões de emissões de carbono para 2023 mostram um panorama misto globalmente. Enquanto se espera um aumento significativo nas emissões na Índia (8,2%) e na China (4,0%), a União Europeia (-7,4%), os Estados Unidos (-3,0%) e o resto do mundo (-0,4%) devem registrar uma diminuição.
No entanto, o estudo também prevê um aumento nas emissões globais provenientes de fontes como carvão (1,1%), petróleo (1,5%) e gás (0,5%). Este aumento contrastante nas emissões de diferentes fontes de combustíveis fósseis reflete a complexidade e o desafio de alcançar a redução global de emissões de carbono.
Esses dados destacam a urgência de ações mais robustas e coordenadas em nível global para cumprir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris e combater efetivamente as mudanças climáticas. À medida que a comunidade internacional se reúne para discutir estratégias e compromissos, a necessidade de acelerar a transição para uma economia de baixo carbono nunca foi tão crítica.
*Com informações CANALTECH
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