A Polícia Federal (PF) quer que o Fundo Amazônia – que foi paralisado durante o governo Bolsonaro e acumula R$ 5,4 bilhões de recursos sem utilização – injete dinheiro na corporação para financiar operações de combate ao desmatamento, ao garimpo ilegal e a outros crimes ambientais. Segundo o diretor de Amazônia da PF, Humberto Freire, o orçamento da Força Nacional de Segurança Pública não cobre todas as despesas com essas ações.
Em entrevista ao UOL, Freire disse que a operação para retirar garimpeiros da Terra Indígena Yanomami custou pelo menos R$ 5 milhões. Por isso, assim como está pedindo verbas aos conselhos que administram o Fundo Amazônia, a PF está pleiteando recursos ao Fundo Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça.
Além de ampliar ações de combate às ilegalidades ambientais, a PF quer medir a eficácia da fiscalização na redução do desmatamento em cada estado da Amazônia, disse o diretor. “A criação da diretoria já é o primeiro recado. Tivemos redução de desmatamento, mas infelizmente, nos últimos anos, isso involuiu bastante. Queremos fazer uma retomada”, reforçou Freire.
Na semana passada, o ministro de Clima e do Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, esteve no Brasil. Aquele país é o principal contribuidor do Fundo Amazônia.
Em encontro com a ministra de Meio Ambiente e Clima, Marina Silva, Eide reiterou o compromisso norueguês com o fundo, mas ressaltou que, antes de injetar mais recursos, seu país quer ver resultados efetivos contra o desmatamento e outros crimes ambientais na região.
Eide disse, ainda, que a Noruega está em busca de outros financiadores para o fundo, criado em 2008, no segundo governo Lula. Além disso, quer abrir outras frentes na aliança de seu país com o Brasil. A proteção dos oceanos pode ser essa nova fronteira.“Precisamos de manejo sustentável do oceano, planejamento espacial, mais áreas marinhas protegidas. E entender que o mar também é limitado e tem vida limitada. A Noruega é um grande país oceânico, o Brasil é um enorme país oceânico. A parceria entre nós faz todo sentido”, explicou ao Valor.
Texto publicado em CLIMA INFO
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