Nos últimos dois anos, cinco municípios de Roraima que abrangem o território Yanomami receberam cerca de R$ 96 milhões por meio do chamado “orçamento secreto”, revelou o site Metrópoles. Alto Alegre, Amajari, Caracaraí, Iracema e Mucajaí foram beneficiadas com emendas do relator-geral do orçamento (RP9), recebendo recursos sem a definição clara de seu destino.
O que se sabe é que esse dinheiro, de fato, não foi destinado ao atendimento médico dos Yanomami.
“Quando procuramos atendimento, vamos para Boa Vista. Não é de interesse dos prefeitos ou dos vereadores, pois eles alegam que não temos título [de eleitor], que não votamos”, disse uma liderança indígena.
O parlamentar mais beneficiado pelas emendas do relator na região Yanomami foi Jhonatan de Jesus, com R$ 37 milhões. Filho do senador Mecias de Jesus, o deputado foi eleito na semana passada pelo Senado para uma vaga no Tribunal de Contas da União.
Representantes indígenas contestaram a escolha, já que o clã do parlamentar teria sido responsável pela indicação dos diretores de saúde indígena na Terra Yanomami sob o governo Bolsonaro no último ano. O Ministério Público Federal (MPF) acusa esses ex-servidores de corrupção, assinalando desvio de recursos que deveriam ter sido utilizados para a compra de remédios para as comunidades Yanomami.
O UOL também abordou esse assunto.Por falar em parlamentares, a Folha informou que congressistas aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro estão planejando uma ofensiva pelo controle da pauta indígena no Congresso Nacional.
A ideia dos bolsonaristas é defender projetos caros ao antigo governo, como a liberação da mineração em Terras Indígenas, além de ocupar espaços simbólicos para essa agenda no Legislativo, como a Comissão de Meio Ambiente e a Frente Parlamentar Indígena.
Texto publicado em CLIMA INFO
Comentários