Especialista explica que o discurso da sustentabilidade bastava num cenário onde o meio ambiente tinha ainda uma capacidade de regeneração, hoje isso não é mais verdade.
A palavra “sustentável” deriva do latim sustentare e significa sustentar, apoiar, conservar e cuidar. Infelizmente, se sustentarmos o mundo como está hoje, seguimos para o declínio da humanidade.
O desenvolvimento sustentável tem como meta desacelerar a degradação para que consigamos manter o planeta equânime, isso significa se manter constante, não piorar mais do que agora.
Esse modelo fez muito sentido quando as florestas ainda tinham capacidade de se regenerar por si só, era só a gente não atrapalhar. Porém, continuamos destruindo e poluindo áreas terrestres e marítimas do mundo como se não houvesse amanhã.
O amanhã chegou com uma carga mais complicada do que imaginávamos. Infelizmente, os limites dos recursos do planeta foram ultrapassados e uma solução de impacto zero já não basta. Precisamos urgente nos mexer para que os ecossistemas sejam regenerados, chegou o momento de sermos ativos para devolvermos vida ao planeta.
Estamos vivendo no planeta dos extremos. Neste verão, o Brasil atingiu temperaturas mais frias que a média, enquanto o inverno europeu registrou recorde de até 25 ºC. Parece que está tudo invertido.
De acordo com o último estudo de clima da NASA, o ano de 2022 foi um dos anos mais quentes da história. Mesmo diante dos perigos comprovados cientificamente pelo aumento da temperatura global, continuamos aumentando as emissões de carbono na atmosfera e nos distanciando da meta do Acordo de Paris.
Movimento regenerativo
Quem tem a percepção de que estamos nos afundando, sabe como é angustiante assistir à destruição do planeta sem poder alterar o rumo da história. É a partir dessa indignação que surge o movimento regenerativo.
Regenerar quer dizer “dar vida novamente”, é sair da posição de mínimo impacto para a posição de máximo impacto positivo. E o Brasil tem grande potencial.
O famoso “jeitinho brasileiro” também tem seu lado construtivo, não é à toa que o atual presidente quer ser reconhecido como o político que dá destaque à economia da sociobiodiversidade. Somos um povo criativo em propostas ecológicas.
Não estaríamos falando sobre regeneração agora se não tivéssemos milhares de pessoas no país desenvolvendo técnicas de agrofloresta, agroecologia, permacultura, saneamento ecológico, bioarquitetura e gestão de resíduos, de acordo com sua realidade local.
Traçar um plano regenerativo requer pesquisa e desenvolvimento, pois não existe uma única fórmula, e sim, diferentes estratégias adaptadas para as necessidades imediatas e a longo prazo.
Os caminhos regenerativos não fazem parte do sistema de ensino, nem dos treinamentos profissionais, mas podem se tornar intuitivos, uma vez que entendemos as leis básicas da natureza. Afinal, nós também somos natureza.
O que é um Negócio Regenerativo?
Negócios Regenerativos são empresas que visam o lucro e ao mesmo tempo solucionam um problema social e/ou ambiental. Não é uma ONG, mas também não é uma empresa convencional: é a união de renda com propósito como um dos principais objetivos do negócio.
A partir da identificação de um problema social ou ambiental, é possível estruturar um plano de negócios com inclusão de diversidade, parcerias, e fluxos internos que incentivam o desenvolvimento local e propõe soluções para os problemas identificados.
Ou seja, melhorar algum aspecto do seu arredor de forma justa e lucrativa.
Quer saber mais sobre regeneração?
Viviane Noda estuda regeneração desde 2014 e conta que encontrar informações sobre práticas ecológicas hoje é muito mais acessível que 10 anos atrás. Porém, nem sempre é fácil saber o que realmente é efetivo e o que é greenwashing. Para compartilhar informações e iniciativas que realmente promovem a regeneração, Vivi criou a “casoca news”, uma newsletter mensal dedicada a reunir notícias, eventos, cursos, dicas, oportunidades de trabalho, tudo – com bom gosto – alinhado à regeneração.
Para se inscrever gratuitamente, clique AQUI.
Fonte: CicloVivo
Comentários