O INPE divulgou os novos dados nessa segunda-feira e registrou que o número de queimadas entre janeiro e outubro é o maior da última década.
Mesmo 2022 sendo um ano relativamente chuvoso para a Amazônia, o bioma já acumula 101.215 focos de calor em 2022. O número é 14% maior do que a média para o período – 88.771 focos – e o maior valor em 11 anos. Os dados, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foram atualizados na noite desta segunda-feira (31).
O recorde anterior para o acumulado entre janeiro e outubro havia sido em 2010, quando foram registrados 117.207 queimadas no período para o bioma. Naquele ano, a floresta amazônica somou amargos 134.614 focos em 12 meses.
Assim como em 2022, 2010 também foi um ano de eleições presidenciais, quando, historicamente, os números de queimadas e desmatamento tendem a crescer em todo país, devido ao afrouxamento das operações de comando e controle locais, com vistas a não desagradar o eleitorado.
Para 2022, ainda que os números se mantenham na média, a quantidade de queimadas pode ultrapassar 120 mil focos.
Fogo nos estados
O Pará foi o estado que mais teve queimadas em outubro: foram cerca de 7 mil focos registrados nesta unidade da federação, sendo que 19,9% estavam dentro de áreas protegidas – unidades de conservação, terras indígenas, Áreas de Proteção Ambiental (APA) e florestas públicas não destinadas.
O segundo estado com maior número de focos dentro do bioma foi o Amazonas, com 1.679 queimadas registradas em outubro. Cerca de 37% desses focos aconteceram dentro de áreas protegidas. Somente as florestas públicas não destinadas concentraram 26,1% dos registros no período.
O Acre foi o terceiro estado do ranking de fogo na Amazônia em outubro, com 1.101 focos registrados. Nesta unidade da federação, cerca de 30% das queimadas aconteceram dentro de áreas protegidas, sendo 20,1% somente dentro de unidades de conservação, porções de floresta que, por lei, não podem ser manejadas.
A análise das queimadas nos estados foi feita por ((o))eco, a partir de outra plataforma de monitoramento do INPE, a Sala de Situação da Amazônia.
Fonte: O Eco
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