“Debater com as empresas o adensamento no setor de duas rodas significa priorizar a contribuição da inovação tecnológica para – no âmbito de todos os setores do Polo Industrial de Manaus – oferecer novas soluções para antigos gargalos, dificuldades logísticas e de abastecimento”
Por Paulo Takeuchi
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Dois acontecimentos importantes para a indústria e o desenvolvimento sustentável da Amazônia para celebrar nestes dias 22 e 23 com muita vibração e renovadas expectativas. O primeiro se refere à iniciativa da Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, que representa os fabricantes de veículos de duas rodas no Brasil. Trata-se do 1º Encontro Empresarial Abraciclo da Indústria de Bicicletas, realizado com apoio da Suframa, uma oportunidade para visitar, debater e encaminhar demandas, avanços e novas tecnologias desse segmento que ganha espaço, preferência e prioridades na mobilidade urbana e interiorana deste país continental.
O outro acontecimento, enfim, é a escolha da organização social, formada pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) – uma instituição paga integralmente pela indústria da Zona Franca de Manaus (ZFM) – e pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) da Universidade de São Paulo (USP), que irá assumir o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), a célula-mater do Polo de Biotecnologia da Amazônia, o sonho da diversificação de nossas atividades e o desafio de demonstrarmos que nossa indústria, ao prover 85% da atividade econômica da região, avança na Bioeconomia. Isso significa copiar as soluções oferecidas pela natureza, buscando atender as demandas de fármacos, cosméticos, alimentos e energia a partir da diversidade biológica sem desmatar o bioma amazônico.
A união da UEA e IPT reúne duas instituições com muita munição de troca. A USP tem mais de 500 pesquisas em andamento no Amazonas, e as duas estão concluindo um Dinter, um doutorado interinstitucional de gestão da Amazônia, qualificando um setor defasado de especialistas. Considerando que aqui vicejam 20% dos princípios ativos do planeta, basta soltar a imaginação e liberar a energia construtiva. Este banco genético guarda tesouros em termos de soluções aguardadas e demandadas pela humanidade.
Debater com as empresas o adensamento no setor de duas rodas significa priorizar a contribuição da inovação tecnológica para – no âmbito de todos os setores do Polo Industrial de Manaus – oferecer novas soluções para antigos gargalos, dificuldades logísticas e de abastecimento, como têm demonstrado a necessidade de cada país com as incertezas da cadeia asiática de suprimentos. Não podemos esperar por ninguém para ampliar estratégias industriais e o fortalecimento de nossa indústria com o incremento na produção de componentes locais.
Temos razões de sobra, portanto, para avançar na semeadura e colheita de soluções para adensar a indústria da ZFM, o maior acerto de política fiscal para redução das desigualdades regionais nestes duzentos anos de Independência do Brasil. Este patamar de autonomia civilizatória da Indústria da sustentabilidade precisa, sobretudo, de segurança jurídica e muito investimento em educação e qualificação técnica, tecnológica, científica e inovadora para proteger a Amazônia e ajudar o país em sua jornada rumo à galeria das grandes civilizações.
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