É preciso manter permanentemente o diálogo construtivo e esclarecedor quando está em jogo o interesse da coletividade, ou seja, os empregos, a renda, os tributos e as oportunidades que gerem atividade econômica e de subsistência.
Por Nelson Azevedo
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Estamos vivendo um momento delicado de decisão e tensão na economia, política, relações humanas e sociais, naturais e fabricadas. Sejam quais forem os motivos, esta é a hora da partilha de esforços e das soluções. Como tudo na vida, há sempre um ônus e um bônus em jogo. O onus do debate cansativo, criativo e colaborativo dos envolvidos e o bônus que as soluções satisfatórias representam. Não é hora de empurrar os conflitos para debaixo do tapete, muito menos reduzir todas as questões fundamentais à estreita equação do jogo eleitoral. Afinal, temos uma enxurrada de problemas e temas a decifrar, equacionar e resolver. O gênio e a lâmpada são estórias infantis para liberar a fantasia criativa das crianças. Nada mais que um artifício em disputa concorrencial com as fadas e suas respectivas varas de condão. A realidade, entretanto, nada tem de cor-de-rosa no momento, e as saídas não são mágicas. Cada um sabe exatamente aonde seu sapato aperta. Não nos sobra outra saída, pois, que não seja somar esforços, compartilhar talentos e trabalhar em mutirão, sem protelação.
A insanidade do ódio
Como lidar, por exemplo, com a fome, o desemprego, a criminalidade pra todo lado, a inflação incontrolável, e violência e a sensação estranha que podemos estar na iminência do caos. O ponto de partida de todas as saídas é substituir a opção pelo ódio reinante priorizando os interesses comuns. Eles não são poucos nem tem hora pra se acabar. E aqueles que disseminam contendas já tem a própria vida resolvida, enquanto aqueles que estão no batente da construção sabe que conflito é a mais insana das opções. Somos seres civilizados e, desde que foi criada a palavra, a conversação é o caminho mais curto para a solução e o salutar entendimento.
Nossa agremiação política é a ZFM
Temos repetido exaustivamente que o Amazonas é nossa referência comum e que nossa agremiação política é a Zona Franca de Manaus, nossa galinha dos ovos de ouro que precisa estar robusta e serena. E ela não está. 2022 tem sido momento de apreensão, que se soma à tensão das incertezas e a decisão do rumo a tomar. Decretos de toda ordem nos sobressaltam desde a festa (?) dos 55 anos da ZFM. Confiscam a maior. Naturalidade a segurança jurídica que já é historicamente precária, a despeito de seu amparo constitucional. É duro viver assim sobressaltado e à mercê de humores, favores e horrores da maledicência e da desinformação.
Ou nos salvamos juntos ou naufragamos
Fomos surpreendidos, a propósito, pela publicação no Diário Oficial do Decreto Nº 45.899, de 23.06.22, alcançando 20% das empresas do Polo Industrial de Manaus, alterando a Lei Nº 2.826/2003, reduzindo vantagens das empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus, entre outras providências. Salve-se quem puder? Não! Ou nos salvamos juntos e na luta ou naufragamos… Havia um aceno de que não haveria alterações substantivas no processo de revisão dos incentivos iniciado no ano passado, o segundo da pandemia decretada pela OMS, marcado pela mobilização do setor privado não apenas para lutar pela sobrevivência da economia, empregos, renda e tributos, mas também um esforço geral e hercúleo para ajudar o linha de frente de combate à COVID-19, falta de oxigênio e de alimentos para a população.
Liquidez ou liquidação?
É preciso manter permanentemente o diálogo construtivo e esclarecedor quando está em jogo o interesse da coletividade, ou seja, os empregos, a renda, os tributos e as oportunidades que gerem atividade econômica e de subsistência. Estamos todos em franca recuperação. O elevado faturamento de 2021 se deve, principalmente, ao processo inflacionário, às dificuldades de assegurar o calendário produtivo em meio à escassez de suprimentos. As empresas, assim como os demais setores do tecido social, estão açoitadas pelos juros estratosféricos, sequelas do surto inflacionário e as ameaças de liquidação da ZFM por parte de setores da economia de outras plagas .
Somando talentos e proventos
Nos últimos 5 anos, recolhemos aos cofres estaduais, sob a nomenclatura de três grandes fundos, a generosa quantia de R$ 10,3 bi, para UEA, Micro e Pequenas Empresas e Turismo e Interiorização do Desenvolvimento. Isso é diferente dos demais benefícios à roda da economia que movimenta 85% dos movimentos financeiros e produtivos do Estado. Tem sido assim quando trabalhamos em parceria construtiva, transparente e coerente com as demandas vitais da sociedade. Eis porque precisamos somar talentos e preocupações, ônus e bônus na partilha de esforços comuns para sairmos lá na frente, mais fortes, mais produtivos e mais oblativos na direção da cidadania e da divisão de esforços, responsabilidades e cooperação para um novo tempo de prosperidade geral.
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