Acelerar a transição energética compensa – tanto em termos econômicos como planetários – mas o resultado vai levar tempo. Este é o principal aviso de um estudo da consultoria de negócios WoodMac. Segundo a análise, benefícios econômicos duradouros da transição energética se materializarão após 2050.
Ou seja, é melhor abandonar a ilusão liberal de que é possível ganhar bilhões salvando o planeta. Sacrifícios serão necessários para limitar o aquecimento a 1,5°C até 2050. Segundo o estudo, podem custar até 2% do crescimento esperado para o PIB global de meados do século.
Claro que a pesquisa enfatiza que prevenir um aquecimento mais extremo agora também terá um impacto econômico positivo – e já nas próximas três décadas – ao simplesmente evitar os piores danos esperados pelo aumento da temperatura. Mas esses efeitos de curto prazo podem ser anulados por outras ações necessárias no campo da economia para conter emissões. A Reuters destacou a análise.
Já a Bloomberg detalhou como a instabilidade na cadeia de suprimentos global após dois anos de pandemia está afetando os preços das energias renováveis e afirma que a era da energia limpa e barata acabou. “De agora em diante, o que vai fazer a diferença em torno da expansão da energia solar e eólica não vai ser o custo – quão baixo você pode ir? – mas valor”, disse à Bloomberg Edurne Zoco, diretora executiva de tecnologia limpa e energias renováveis da IHS Markit.
Em tempo: Com o preço dos combustíveis fósseis nas alturas, projetos para exploração de gás de folhelho por meio do fracking na Bacia do Permiano, nos EUA, ganham uma injeção de ânimo. O FT dá detalhes do otimismo, mas lembra que não será fácil recuperar a confiança dos investidores de Wall Street, alguns ainda traumatizados pelos tombos que levaram na grande corrida americana do shale. Se essa movimentação tiver lastro, novas camadas de dificuldade estão no caminho da descarbonização econômica prometida por Joe Biden.
Fonte: ClimaInfo
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