Frederick Wassef, advogado do presidente Jair Bolsonaro, conseguiu o que o ex-ministro Ricardo Salles falhou em fazer: liberou a madeira sob suspeita de ter sido retirada ilegalmente de florestas públicas na Amazônia em benefício da empresa MDP Transportes.
Em decisão liminar (provisória), o juiz Ney Bello, do Tribunal Federal Regional da 1ª Região, disse que ao menos uma parte da madeira corresponde ao que estava no documento. Bello é cotado para ser indicado por Bolsonaro ao STF. Em outubro, o mesmo desembargador já havia determinado a devolução de madeiras apreendidas para outras seis empresas sob suspeita. Folha, Metrópoles e Carta Capital reportam em detalhes.
A pizza servida aos ladrões de madeira prova que a política ambiental brasileira continua na mesma após a saída de Salles. Phillippe Watanabe, na Folha, ouviu de diferentes especialistas que a gestão Joaquim Leite é uma continuidade apenas menos histriônica. O “ambientalismo de resultados” que Leite alega ter não diminuiu o desmatamento – que bateu mais um recorde em 2021 -, não liberou recursos paralisados para proteger o ambiente, como os fundos bilionários Amazônia e Clima, e não enganou ninguém.
“Eles achavam que o Joaquim Leite era um remédio publicitário e que, com um discurso menos agressivo, diminuiriam as críticas ao Brasil. Eles fracassaram com essa estratégia”, disse à Folha Natalie Unterstell, coordenadora do Política por Inteiro.
Os poucos retrocessos desfeitos desde a chegada do novo ministro, como a volta da representação da sociedade civil ao CONAMA e o restabelecimento da proteção a manguezais e restingas, são resultado do trabalho de ativistas e de decisões judiciais.
Fonte: ClimaInfo
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