“O desmatamento está destruindo a maior riqueza do Brasil…”
Niro Higushi
Por Juarez Baldoino da Costa
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Esta frase utilizada também pelo pesquisador do INPA (Instituto de Pesquisas da Amazônia) Niro Higuchi em artigo de 15/11/2021 publicado no BrasilAmazôniaAgora do filósofo e grande amazônida Alfredo Lopes, vem sendo utilizada desde o milênio passado e é notícia corriqueira todos os anos. Em épocas de COP há mais repetitividade por interessar aos leitores e a imprensa por isso não se furta a cobrir.
A retórica é a mesma desde FHC. Acordos são assinados (o Brasil também assinou um na COP26 neste novembro), mas os tratores e o fogo continuam “mandando brasa” na Amazônia. O Vice-Presidente general Mourão tenta amenizar o quadro através das operações GLO – Garantia da Lei e da Ordem, mas os recursos não têm sido suficientes. Só a chuva aplaca o fogaréu.
Destruir a riqueza neste contexto lembrado por Higuchi não tem a ver diretamente com o efeito climático, embora haja relação. É na verdade substituir uma riqueza potencial pública pelo dinheiro imediato pessoal e em grande parte criminoso de quem manda no pedaço.
Tem morro que só entra quem é autorizado pelo comando do tráfico e a polícia que não se atreva. O desmate e o fogo comandam a Amazônia e não tem polícia nem exército que resolva. E resolver não é “diminuir a velocidade…” ou “combater a prática…”. No dicionário, o verbo resolver é definido como “O mesmo que: solucionar, decidir, transformar, deliberar, escolher, optar.”.
Embora haja esforços louváveis de diversas origens institucionais para o bem da Amazônia, sabe-se que sua gestão tem sido impraticável em virtude de seu tamanho e de seu conhecimento muito modesto, e isto até poderia justificar o fracasso público na questão em décadas.
Porém, nem as muito menores Mata Atlântica nas barbas também de São Paulo e Rio de Janeiro, e as matas do Tarumã em Manaus, nas barbas do IPAAM, do Batalhão Ambiental, da Policia Federal e IBAMA, têm tido governança. Nestes casos não se pode dizer que as áreas são de tamanho expressivo, e nem que estão longe das instituições públicas como é o caso da Amazônia.
O que falta é comando dos executivos municipal, estadual e federal, e quando conseguem algum sucesso, vem a atuação desastrosa de parte do poder judiciário que solta a malandragem presa e acata pedido de impugnação de multas ambientais. Os recursos públicos que já são poucos, são desperdiçados no resultado zero de diversas operações de repressão de ilícitos ambientais que já se tornaram banais.
O governo, normalmente se diz, “pode muito, mas não pode tudo”. E é verdade; quem pode tudo mesmo é o crime, antes de tudo porque tem comando.
A ânsia de obter o benefício privado e ilícito com o desmate ainda não encontrou governo que saiba combater.
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