O governo federal, por pedido do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), resolveu suspender as operações do Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) em meio a maior crise hídrica da história do Brasil e há pouco mais de um mês para a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021, a COP26 – que deveria ter acontecido no ano passado mas que sofreu um adiamento frente a pandemia do Covid-19.
O órgão que fora criado nesse ano com o intuito de melhorar e facilitar os trabalhos de previsões meteorológicas teve sua continuidade barrada pela Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, sendo substituído pela Comissão de Coordenação das Atividades de Meteorologia, Climatologia e Hidrologia, órgão criado no início do primeiro mandato do ex-presidente Lula.
Na época da criação da SNM, órgãos como o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia) o MCTI e o Ministério da Agricultura se referiram a criação do órgão como algo feito na intenção de “resultar em uma maior eficiência na utilização dos recursos escassos, bem como uma padronização de procedimentos na garantia da segurança alimentar e energética”, porém agora o governo federal retroagiu, decidindo congelar as atividades do órgão, um dia após a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pedindo à população que tomasse banho frio, como exemplo, para economizar energia.
Pouco tempo após o início de suas operações o SNM, realizando um acompanhamento meteorológico, efetuou um alerta indicando que a região central do país entraria num período de chuvas com o menor volume da história de maio a setembro desse ano, sendo confirmado meses depois, trazendo a ameaça de um novo apagão – o alerta foi divulgado pelo Estadão.
De onde vêm a crise hídrica?
Especialistas do Brasil e do mundo afirmam que a diminuição dos volume das chuvas no Brasil não pode ser apenas obra do acaso, mas que possuem forte relação com o aumento do desmatamento nos biomas brasileiros, sobretudo na Amazônia. Pois é na capacidade que a floresta possui de alçar ao ar um enorme volume de vapor d’água que se faz sua gigante importância na regulação climática e dos fluxos hídricos do continente.
Uma vez que sua extensão territorial diminui, o volume d’agua nos chamados Rios Voadores também sofre impacto, diminuindo as chuvas por todo o Brasil, causando dificuldade ao agronegócio e a geração de energia pelas usinas hidrelétricas.
Com informações do Estadão
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