“Está na hora de desistirmos, porque é muito peso para carregar e a sociedade não avança. Por isso que estamos onde estamos. Sem encarar o futuro, junto com as novas gerações, seguiremos ancorados no passado do atraso, da fome e da morte. Vale para a BR-319, vale para a pandemia, vale para a vida.”
Augusto Cesar Barreto Rocha
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Normalmente quando começamos qualquer caminhada temos grandes desconhecimentos sobre aquele caminho. Entretanto, ao trilhar cada passo descobrimos novas coisas e deveríamos mudar com base nestes novos elementos. Ficar agarrado com o nosso “eu antigo” é um equívoco. A modernização passa por isso. A sobrevivência das espécies passa por isso, como constatado por Charles Darwin, ao afirmar que os sobreviventes não são os mais fortes ou mais inteligentes, mas os seres mais adaptáveis às mudanças.
Isso vale para a vida, para a gestão de uma empresa, para a BR-319 ou para a pandemia. Este conceito é múltiplo e usualmente não adotado por aqueles que se apegam ao que acreditam, sem querer se adaptar aos novos tempos. Em marketing são chamados de “retardatários”, tendo a indicação que eles não mudarão, a menos que sejam compelidos. Precisam ser obrigados por multas para usar o cinto de segurança, mesmo após incontáveis evidências. Quem dirige faz tempo deve se lembrar das afirmações toscas “fico amarrado!”, “se tiver um acidente não conseguirei sair!” e outras estupidezes da época, já relegadas ao passado.
Nesta semana, tive a oportunidade de reiterar uma proposta: precisamos da BR-319, desde que junto com ela venha toda a proteção ambiental necessária para a rodovia. Ficar no extremo da construção da rodovia, “custe o que custar ao meio ambiente”, é tão ou mais estúpido do que o “deixe tudo quieto, sem nada fazer”. Quase nada foi feito na infraestrutura do Amazonas no último século e nosso subdesenvolvimento segue aí. O desmatamento também segue.
Precisaremos construir juntos um caminho do meio, onde estejamos juntos, de braços dados, os desenvolvimentistas e os ambientalistas. Sustentabilidade é isso. Abandonemos os que preferem os atavismos de não se modificarem. Abandonemos os que se apegam às suas estupidezes. Está na hora de desistirmos, porque é muito peso para carregar e a sociedade não avança. Por isso que estamos onde estamos. Sem encarar o futuro, junto com as novas gerações, seguiremos ancorados no passado do atraso, da fome e da morte. Vale para a BR-319, vale para a pandemia, vale para a vida.
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