A construção civil tem impactos ambientais enormes, seja pela quantidade de resíduos gerados, seja pelas emissões de gases que contribuem para efeito estufa ou pela enorme quantidade de recursos naturais usada. Mas, a CarbonCure, uma startup americana, desenvolveu uma solução que pode transformar novas construções em uma possibilidade de capturar quantidades imensas de CO2.
Com a tecnologia, o concreto usado na construção civil pode sequestrar carbono e reduzir as emissões, além de se tornar mais resistente, melhorando a qualidade das estruturas e reduzindo os custos de produção.
“A CarbonCure está a caminho de alcançar 500 megatons de redução de CO₂ anualmente, ajudando a descarbonizar o ambiente construído enquanto posiciona a indústria de concreto para liderar a transição para a nova economia de baixo carbono”, afirma Robert Niven, CEO e fundador da CarbonCure.
E esta é uma conquista impressionante. Uma calculadora de equivalência de emissões da Agência de Proteção Ambiental americana, aponta que 500 milhões de toneladas métricas (megatons) equivalem a 126 usinas a carvão funcionando sem parar por um ano, ou o consumo de eletricidade de 91 milhões de residências durante este mesmo período.
Grandes empresas reconhecem os benefícios gerados com a solução desenvolvida pela CarbonCure e estão usando o concreto com CO2 em suas obras. Como exemplos podemos citar a Amazon, Alibaba Group e Mitsubishi.
Como funciona?
Um dispositivo pequeno e facilmente adaptado liga um tanque de CO2 a uma mistura de concreto. Usando uma tecnologia exclusiva (e secreta) o CO2 é injetado no concreto, transformando o gás em sólido.
Uma solução à base de água entra em contato com o CO2 e forma íons de carbonato. O cimento presente no concreto contém íons de cálcio aos quais o carbonato se liga, criando carbonato de cálcio. É importante ressaltar que a injeção de CO2 diminui a necessidade do cimento usado e isso é uma grande vantagem porque o material é responsável por um grande impacto ambiental.
A solução também resolve um problema relacionado à longevidade do concreto. Aos mesmo tempo que os pedacinhos de calcário ajudam a fortalecer o concreto. Com o tempo, o concreto pode absorver CO2 do ar, fazendo com que ele encolha e corroa o aço embutido nele, como o vergalhão, gerando problemas na manutenção de pontes e viadutos, por exemplo, e o carbonato de cálcio ajuda o concreto a resistir a esse encolhimento.
A tecnologia cria ao mesmo tempo a possibilidade de ampliar o sequestro de carbono, reduzir o uso de cimento e ainda garantir construções mais duráveis e sustentáveis. Grandes obras podem deixar de ser um problema, para se tornar uma solução ambiental.
Com esta proposta, a CarbonCure foi reconhecida como a Cleantech amerciana de 2020, pelo Grupo San Francisco’s Cleantech Group. A startup segue recebendo importantes investimentos para continuar a desenvolver seus projetos.
Neste reportagem (em inglês), a CNN mostra o trabalho da CarbonCure e suas oportunidades:
Fonte: CicloVivo
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