“Em suma, Geraldo Antônio Miotto mostrava-se autossuficiente nas mais variadas formas de atividade, com elegância e naturalidade. Deu muitas provas do seu caráter e certamente não falta testemunho disto, por isso deve ser admirado não somente hoje, mas também no futuro, para orgulho da sua descendência.”
Antônio Silva
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Quão difíceis e embaraçosas são as circunstâncias, tanto pelas numerosas perdas de valiosas vidas causadas por essa terrível covid-19, como pela desnecessidade de divagarmos nas divergências de opiniões que nos levam ao distanciamento da análise unânime, cientificamente comprovada, de conservação da vida, que é a vacinação de aproximadamente 80% da população.
As autoridades que detêm o poder de decisão precisam fazer uma trégua aos ressentimentos e diferenças de pensamentos, para evitar o tumulto, melhorar a situação e atenuar as nossas perdas humanas, financeiras e econômicas.
Enquanto muitos países tomam suas providências antes dos acontecimentos se verificarem, nossos dirigentes preferiram esperar pelas ocorrências, para começarem a agir, para desespero de muitos.
Falta bom senso, para agir com acerto, e planejamento, para cuidar das necessidades deste País e dos nossos interesses. Chega de negacionismo, que só leva o povo à confusão nesse período de crise em que inúmeras perdas ocorrem. Entre as perdas registradas pela covid-19 encontra-se a do amigo General de Exército Geraldo Antônio Miotto.
É difícil externar com palavras e apropriadamente nossos sentimentos de respeito, gratidão e pesar pelo seu falecimento, ocorrido no último dia 20 em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Solidarizo-me com os familiares e incluo-me entre os amigos de um homem que se mostrou em vida, valoroso em atos e ações, prestando relevantes serviços ao Exército Brasileiro, ao Brasil e a Amazônia, quando desempenhou o cargo de Comandante Militar da Amazônia, no período de 2016 a 2018.
Foi justa a homenagem que recebeu na manhã do dia 4 de abril de 2017, com o título de Cidadão do Amazonas, pela Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados a Região Amazônica, no combate ao tráfico de droga nas nossas fronteiras e rios, bem como levando atendimento humanitário e serviços de saúde para as populações mais distantes.
Amava a Amazônia como poucos, sua morte aos 65 anos o impediu de continuar trajetória de méritos que lhe deu acesso aos postos mais honrosos, pois sempre foi submisso às leis, especialmente àquelas promulgadas para socorrer os oprimidos e as que, embora não escritas, trazem aos que as praticam uma honra visível a todos.
Quem o conhecia sabia de sua ousadia no agir, resultado de suas reflexões sobre os riscos que poderiam ocorrer, pois percebia com clareza tanto os sofrimentos quanto as satisfações inerentes a uma ação.
Tinha nobreza de espírito e sabia que não é por receber favores, mas por fazê-los com justiça que adquiria amigos. Em suma, Geraldo Antônio Miotto mostrava-se autossuficiente nas mais variadas formas de atividade, com elegância e naturalidade. Deu muitas provas do seu caráter e certamente não falta testemunho disto, por isso deve ser admirado não somente hoje, mas também no futuro, para orgulho da sua descendência.
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