Resiliência parece ser a palavra que resume os primeiros cinco anos do Acordo de Paris. Mesmo depois de tantas mudanças e surpresas – muitas delas, bastante indigestas – o principal instrumento internacional para a redução das emissões de carbono e contenção do aquecimento global celebrou seu 5º aniversário no sábado (12/12) com a esperança de consolidar uma uma mudança histórica rumo a um futuro de carbono zero nos próximos cinco anos.
Na Folha, Ana Carolina Amaral ressaltou a liderança da China e dos países europeus nos últimos anos, facilitada pela saída unilateral dos EUA da diplomacia climática com Trump. Outro aspecto importante foi a incorporação da questão climática em outras agendas internacionais, em particular na comercial – como a novela em torno do acordo comercial Mercosul-UE tem mostrado.
No Financial Times, Leslie Hook fez uma análise otimista sobre o futuro do Acordo de Paris: os novos compromissos nacionais refletem uma percepção forte de que a crise climática está se aprofundando e de que seu enfrentamento é ainda mais prioritário do que era em 2015. “Se todos esses países cumprirem seus objetivos de longo prazo para descarbonização, as metas do Acordo de Paris podem se tornar viáveis novamente”, argumentou o cientista Niklas Höhne.
Ao mesmo tempo, a agenda climática ganhou força nos níveis subnacionais. O Guardian destacou uma análise da rede internacional de cidades C40 que mostrou que mais de 50 das principais cidades do mundo estão no caminho certo para ajudar a manter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C. Nessa relação estão metrópoles como Barcelona, Buenos Aires, Cidade do México, Lisboa, Los Angeles, Milão, Nova York, Paris e as brasileiras Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. A C40 também aproveitou o aniversário do Acordo de Paris para lançar uma nova campanha global, Race to Zero, para mobilizar cidades, empresas e investidores em torno de uma recuperação verde e justa pós-pandemia, com compromissos e ações a serem anunciadas nos próximos meses, antes da Conferência do Clima de Glasgow (COP26), em novembro.
Fonte: ClimaInfo
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