“Caminhar lado a lado, daqui por diante, será com a certeza de que conquistaremos mais justiça, vamos dar mais valor a tudo que é relevante na defesa da vida. E poder dizer que nesse protagonismo a Aritmética funciona de outro jeito: quanto mais forças dividimos mais forças acumulamos para tornar a sociedade mais parceira, mais solidária. Graças a Deus!”
Entrevista com a empresária Régia Moreira Leite, conselheira do CIEAM
Vista pelos empresários como a grata surpresa do Conselho Superior do CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas, Régia Moreira Leite, a primeira mulher a ter assento nesse colegiado, confirmou que o sexto sentido feminino é fonte de eficiência e racionalidade. Combativa, atenta às contradições da sociedade e objetiva nas propostas e conduta, Régia insiste em reafirmar sua posição com o lugar comum da diferença entre homem e mulher na História. “Não queremos ficar atrás no sucesso dos homens famosos, muito menos na frente: precisamos caminhar e crescer lado a lado”. Confira!
1. FOLLOW Up – Mulheres costumam surpreender e incomodar o espaço masculino, quando têm a oportunidade de mostrar seus talentos administrativos e de liderança. Como é integrar um conselho de uma entidade tão combativa como o Centro da Indústria sendo a única representante da condição feminina?
Régia Moreira Leite: As mulheres são, antes de tudo, seres humanos e precisam se fazer respeitadas como tais, tanto em seus direitos, como em suas qualidades e efetivas contribuições. Nem mais nem menos. Essa conversa de que, por trás de grandes homens, há sempre uma mulher, é pra boi dormir. Não queremos ficar atrás nem na frente. Na luta diária, no exercício da cidadania, queremos andar lado a lado. Por isso, é prazeroso compartilhar essa experiência numa entidade de classe como o CIEAM, agora com FIEAM, Eletros e Abraciclo. Nós nos damos as mãos, crescemos diante dos desafios, damos o nosso melhor. É um protagonismo desafiador e gratificante, especialmente porque confirmamos a importância da união numa hora tão difícil como a que estamos passando.
2. Fup – Uma das bandeiras desta Entidade é, justamente, assumir o protagonismo na condição de quem gera riqueza, empregos e oportunidades, além do custeio da máquina pública. Como você enxerga essa relação entre setor privado e setor público?
RML – Uma aprendizagem constante. É bem verdade que, em nosso Comitê Indústria ZFM-Covid-19, o representante do poder público é egresso do setor privado, logo se vê porque. E somente este fato justifica que se busque maior aproximação. Com todo respeito, podemos “contaminar” os atores públicos com nossa objetividade, racionalidade e maior responsabilidade na gestão de recursos, e equilíbrio nas relações de troca. Na empresa, usamos o instrumento da gratificação por produtividade. Na relação com o poder público quem deve auferir mais benefícios é a sociedade que confia e espera uma gestão transparente e de contrapartidas sociais para quem o sustenta: o contribuinte.
3. Fup – Apesar da indústria recolher – em tempo de paz – algo em torno de 2 milhões de reais para promover educação de ensino superior, fomento ao turismo e interiorização do desenvolvimento, além de suporte das micro e pequenas empresas, temos um interior com humilhantes indicadores de desenvolvimento. Como você analisa essa contradição?
RML – Estou me referindo exatamente a isso. Gente!!é muito dinheiro!! para ter tanto desvio de finalidades. Se você folhear os indicadores econômicos da indústria, publicados pelo CIEAM, são mais de R$ 7 bilhões nos últimos cinco anos. Com boa gestão e sem alterar o alvo que a Lei impõe, nós já seríamos uma Singapura na Amazônia. E quem vai dar contas de tantos benefícios negados para nossos jovens? Esses recursos, ou não devem mais ser cobrados, por falta de resultados, ou devem ser rigorosamente acompanhados, com projetos e participação das entidades civis. É claro que não me refiro à UEA, um orgulho da indústria. Trata-se de uma exceção à regra que precisamos exaltar.
4. Fup – O novo Conselho Superior do CIEAM se depara com uma Pandemia que ameaça a sobrevivência da ordem social e da economia. Como sua empresa está colaborando com essa demanda e como você descreve o setor produtivo depois desse pesadelo?
RML – Estamos presentes e unidos neste desafio. Trata-se de uma prova de fogo e de uma escola de vida e de solidariedade. No âmbito do Comitê, a cada reunião nos alimentamos de tarefas e nos nutrimos da tenacidade de seus membros, todos querendo fazer o máximo possível. O momento é dramático e imprevisível, isso gera muita angústia, mas quando chega a hora do descanso o travesseiro é testemunha do dever cumprido. E essa experiência tem outro ganho excepcional. Nós nos descobrirmos mais fortes. Caminhar lado a lado, daqui por diante, será com a certeza de que conquistaremos mais justiça, vamos dar mais valor a tudo que é relevante na defesa da vida. E poder dizer que nesse protagonismo a Aritmética funciona de outro jeito: quanto mais forças dividimos mais forças acumulamos para tornar a sociedade mais parceira, mais solidária. Graças a Deus
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