Passados 52 anos da criação do modelo ZFM (Zona Franca de Manaus), ainda continuamos distante de conhecer, de modo satisfatório, as origens, percalços, acertos, paradoxos e desafios de nossa economia. E chegou a hora de reconhecer que, para seguir viagem, precisamos comprovar, efetivamente, que vivemos o maior acerto fiscal da história da República. Importa menos a razão do desconhecimento do que a necessidade de consolidação das métricas da história da economia local e regional, para compreender o momento presente que vivemos e para desenhar o futuro que queremos.
Em qualquer cenário, porém, temos que reconhecer que estamos em uma encruzilhada do tipo “Decifra-me ou te devoro, pior, serei devorada”. Já passou a hora de conhecer essa trajetória para justificar sua manutenção e aperfeiçoamento. Os argumentos de defesa, portanto, precisam ser relevantes, robustos e inequívocos. Temos necessidade dos números que traduzem a efetividade da ZFM e das oportunidades que ela tem representado para o Amazonas, sob diversos pontos de vista, para a região e para o País.
Questões vitais
Temos destacado em várias oportunidades a questão do emprego e a proteção florestal para justificar a efetividade da ZFM e ilustrar seu desempenho, ao afirmar, por exemplo, que preservamos a floresta para ajudar o Brasil e o Planeta a respirar melhor, guardar o banco genético e por aí vai… Ou com estimativas baseadas em indicadores indiretos, ou seja, de segunda mão, a geração de mais de 2 milhões de postos de trabalho por todo País, ao longo da cadeia produtiva, securitária de transportes, assistência técnica, produção de insumos, serviços de toda ordem, a partir da cadeia industrial do Amazonas.
Precisamos agora demonstrar com rigor esse desempenho, com chancela de uma instituição credenciada e respeitada universalmente. Será que a economia do Amazonas após 50 anos provocou uma renda Per capta significativa em comparação a outros estados brasileiros? Em que medida tem sido relevante a participação da indústria do Amazonas no desempenho geral da Industria Brasileira nos últimos 50 anos? E do ponto de vista educacional, qual desempenho da economia do Amazonas no desafio de ampliar os índices de crescimento educacional da população local na comparação com a educação brasileira? Finalmente, quais as razoes compensatórias que justificam a existência da ZFM do ponto de vista do interesse nacional?
Essas questões foram levantadas pelo presidente do CIEAM Wilson Périco, na primeira reunião da entidade em 2019, oportunidade em que anunciou que o grupo de empresas estão empenhadas em sistematizar esta e outras questões para prestar contas ao contribuinte da contrapartida fiscal do estado e da Amazônia Ocidental e mostrar as oportunidades que o Estado oferece aos novos investidores.
Construção da riqueza
Entre as figuras estelares, presentes à primeira reunião do ano no CIEAM, estava Jório Veiga, Secretário de Estado do Planejamento da gestão que se inicia. Executivo aposentado da Recofarma, ele já estava de olho no pijama e nas chinelas para desfrutar a merecida aposentadoria após 40 anos de serviços vividos entre Manaus, São Paulo, Parintins e Atlanta, na Geórgia. Convidado pelo governador Wilson Lima, ele veio somar com a equipe de governo com sua alentada bagagem administrativa.
É importante lembrar e perguntar pelo papel dos planejadores em qualquer instituição ou empresa. Ora, integrado a uma equipe, decididamente envolvida, cabe ao titular estimular a relevância e a coerência de cada etapa ou o cronograma de execução e a composição da planilha de custos. Sem isso, o meio de campo embola. Cada símio em seu galho mas eles se articulam necessariamente na mesma árvore do espírito público. E da transparência.
Especialista em planejamento estratégico, com certeza a presença de Jório agrega muito para alcançar promessas e propósitos de mudança entre o que somos e o que queremos ser como Estado grandioso que reconhece méritos de cada um e de equipe, líderes e liderados, na medida em que o mérito traduz o empenho no cumprimento das tarefas planejadas. Esta é a praia de Jório, conhecedor das dificuldades e necessidades do desenvolvimento do Amazonas, conselheiro das empresas, entidades como CEAM e FIEAM, inquieto por substituir as promessas das potencialidades pela conquista da prosperidade regional.
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