O que esperar do governo liberal de Jair Bolsonaro? Sob o manto filosófico da Escola de Chicago, tendo a batuta do superministro, quase um premier, Paulo Guedes, a grande expectativa do cidadão comum e de empreendedores aflitos é a diminuição do tamanho da máquina pública. A compulsão insaciável de tributos, a gastança perdulária e a ineficiência administrativa são os primeiros alvos da equipe econômica e a grande expectativa do cidadão.
Olhando o Brasil em suas movimentações históricas, os últimos acontecimentos revelam a influência catastrófica da visão socialista/marxista na definição precária e corrompida dos rumos do Estado de 2003 a 2016. Temos que reconhecer que, contra esta visão, se deu a ascensão conservadora que se viu nas eleições e no ideário que lhe dá amparo nos ensaios do que vem por aí. O contraponto liberal cresceu, portanto, em cima do fracasso político e administrativo dos grupos de esquerda, que propiciaram a ascensão dos economistas liberais de Chicago.
Prêmio Nobel
Com reconhecimento público da Fundação Nobel – ninguém recebe um prêmio Nobel de Economia à-toa – a Escola de Chicago se traduz no pensamento econômico que defende o mercado livre e o suporte à livre concorrência. Que ninguém se iluda, pois esta deverá ser a visão predominante na gestão pública a partir de 2019. Esse pensamento foi disseminado por alguns professores da Universidade de Chicago, sob a batuta de George Stigler e Milton Friedman, dois premiados com o Prémio Nobel de Economia.
Desde os anos 50, ambos deram robustez à teoria neoclássica da formação de preços e ao liberalismo econômico, com rejeição total da regulamentação dos negócios, em favor de um laissez-faire imperativo. “Quem pilota os fatos é a economia positiva”, com estudos empíricos e uso de estatísticas, dando menor ênfase à teoria econômica e maior importância à análise estatística de dados. Pinochet, no Chile, Margarethe Tatcher na Inglaterra e Ronald Reagan nos Estados Unidos são os referenciais clássicos do liberalismo feroz baseado na teoria dos preços.
Desmonte
Quem produz riqueza e é obrigado a trabalhar mais de cinco meses por ano para custear a burocracia sonha dia e noite pelo desmonte dessa máquina perdulária, ineficiente e corrupta chamada de Estado. Chegou a hora do favorecimento à livre concorrência, com menos restrições para empreender e mais promoção da competição em todos os níveis com retirada de obstáculos para fazer negócios inclusive para importar, e mais acesso e transparência nas informações. Setores financeiro, energia, petróleo, química, indústria de transformação em geral e todas as áreas altamente reguladas sentirão os efeitos desse movimento já em 2019. Esta é a intuição de um aluno da Escola de Chicago, o economista e empresário Jaime Benchimol.
Transformações
O Brasil, depois do fim do regime militar, passou por experiências políticas e administrativas desastrosas, com o crescimento assustador da tributação de empresas e do cidadão comum, sem a contrapartida necessária e justa em termos de serviços públicos. No Amazonas, as grandes obras de infraestrutura deram lugar a negócios de prioridade discutível.
Deixamos de crescer por arrecadarmos muito e gastarmos mal. Esses desastres incluem o crescimento da contravenção em todas as esferas. Isso foi criando um desencanto com grupos políticos messiânicos que juravam combater a corrupção e a levaram a patamares escabrosos. Dizendo de outro jeito, a visão conservadora que ora se impõe cresceu e se credenciou politicamente em cima do desencanto e da indignação com a demagogia e o aparelhamento dos cargos públicos. É hora de mudar. O Brasil precisa mudar e o cidadão precisa acompanhar ativamente as promessas de transformação.
Comentários