“A inclusão da Indústria da Floresta na revisão da Nova Indústria Brasil vai fortalecer e diversificar o Polo Industrial de Manaus, passos essenciais para garantir um desenvolvimento integrado e integral da economia e da proteção florestal amazônica.”
Por Nelson Azevedo
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Tudo passa pela política e é natural que assim seja. Ainda bem que temos uma bancada parlamentar que, embora diminuta, é resoluta e guerreira. Assim, podemos lutar e seguir contando com espaço na Nova Indústria Brasil (NIB) a política industrial do governo federal destinada a revitalizar a indústria do país. Lançada inicialmente em janeiro, a política foi alvo de críticas tanto do presidente Lula quanto do setor privado. Em resposta, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) está revisando o plano, com previsão de apresentação da nova versão em agosto. Esta nova versão incluirá, entre outras melhorias, a valorização da Indústria da Floresta, ou seja, o fortalecimento do Polo Industrial de Manaus.
Mudanças e melhorias
Desde fevereiro, a NIB passou por aprimoramentos significativos. O novo texto deverá incluir métricas mais claras de acompanhamento, detalhadas pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Autoridades do MDIC, que passaram a frequentar a rotina diária de nossa economia industrial asseguram que as mudanças já foram validadas pela presidência e contam com endosso da Confederação Nacional da Indústria.
Polo Industrial de Manaus
A inclusão do Polo Industrial de Manaus (PIM), olhada como economia fabril que demonstra os grandes acertos de política fiscal como instrumento eficaz na redução das desigualdades regionais, foi reconhecida na Reforma Tributária e será validado no Senado Federal. Isso significa o espaço na nova política industrial do NIB e ressalta a importância desta região para a economia brasileira e regional. Desde a transição para o novo governo, cabe recordar, o PIM foi considerado pelo ministro Geraldo Alckmin, um motor de desenvolvimento, promovendo a sustentabilidade e a inovação. O Polo Industrial é vital pela geração de empregos, mas também pela promoção de práticas industriais que respeitam o meio ambiente.
Participação e colaboração
O processo de reformulação da NIB envolveu 20 ministérios, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e 21 entidades da sociedade civil. A participação ampla reflete um esforço colaborativo para garantir que a política atenda às necessidades do setor industrial e se alinhe com as expectativas do mercado. A inclusão de sugestões e críticas do próprio governo e do setor privado, especialmente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), destaca a natureza inclusiva e democrática do processo. Nada como um diálogo construtivo e participativo.
Financiamento e metas
O NIB prevê um financiamento total de R$ 300 bilhões até 2026, com recursos geridos principalmente pelo BNDES. Com metas a serem alcançadas até 2033, as seis missões prioritárias do programa incluem a mecanização da agricultura familiar e a descarbonização da matriz energética de transportes. Além do solidificação do complexo industrial da saúde; digitalização da indústria; bioeconomia e indústria de defesa. Este financiamento é essencial para promover o desenvolvimento sustentável e a inovação na indústria brasileira. Cabe anotar que a descarbonização, quando se trata da Indústria da Floresta, é um de nossos mais destacados ativos de contrapartida fiscal e ambiental.
Críticas e sugestões
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem sido uma voz ativa na crítica e na sugestão de melhorias para o NIB. Entre as principais demandas da CNI estão um ambiente regulatório mais previsível e políticas que incentivem a inovação e a competitividade. Essas sugestões foram incorporadas na nova versão do plano, evidenciando um esforço para atender às expectativas do setor privado. Esse alinhamento não implica em sujeição e muito menos em barganha e sim na priorização nacional de um setor vital da economia que foi deixado de lado nos últimos anos, e que apesar de algumas tentativas tem despencado em participação no PIB desde o Plano Real.
Reconhecimento e acolhimento
O acolhimento das críticas construtivas demonstra o nível e a qualidade da interlocução entre as entidades da indústria e do governo para o aprimoramento contínuo da política industrial. A nova versão do NIB busca alinhar as ações do governo com as demandas do mercado, promovendo um ambiente mais propício para o desenvolvimento industrial. Os primeiros sinais já estão aparecendo. Este reconhecimento é fundamental para criar uma política industrial que seja ao mesmo tempo inovadora, sustentável e participativa.
Indústria, Comércio e Serviços e Agricultura
A nova versão da NIB, com a inclusão de novas métricas e um sistema de monitoramento adequado, fará do programa melhor preparado para enfrentar os desafios do desenvolvimento industrial. O mesmo deve ser adotado em relação ao Comércio e Serviços na área gerida pela Suframa, assim como no setor agroindustrial e agricultura familiar com os Sistemas Agroflorestais da Embrapa.
Desenvolvimento integral, e Integrado
A colaboração é o mote e a senha da mudança. Isso ficou bem evidenciada na acolhida das sugestões da CNI, e reforça a importância de um diálogo estilo mutirão, como fazemos na Amazônia. A inclusão da Indústria da Floresta na revisão da Nova Indústria Brasil vai fortalecer e diversificar o Polo Industrial de Manaus, passos essenciais para garantir um desenvolvimento integrado e integral da economia e da proteção florestal amazônica.
Nelson é economista, empresário e presidente do sindicato da indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.
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