“Patrocinado por grandes nomes do setor privado, como a Bic da Amazônia, Honda, e Águas de Manaus, o evento dos Diálogos Amazônicos representa uma oportunidade para que a sociedade brasileira enxergue o verdadeiro valor da Zona Franca de Manaus: não como um polo de privilégios, mas como um modelo de desenvolvimento que alia prosperidade econômica à preservação ambiental. Em um país marcado por profundas desigualdades, a ZFM desponta como uma solução concreta para integrar o Norte ao crescimento nacional, oferecendo uma resposta econômica e ambientalmente responsável aos desafios do século XXI”.
Por Lúcio Flávio Oliveira
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Coluna Follow-Up
Por décadas, o Polo Industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM) enfrentou olhares céticos e críticas infundadas, sendo rotulado por muitos como um “paraíso fiscal” beneficiado por supostos privilégios tributários. No entanto, a ZFM representa, na realidade, uma política pública essencial para a integração e desenvolvimento da região Norte do Brasil, contribuindo para a redução das desigualdades regionais e oferecendo uma plataforma para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
É neste cenário que a “Conferência em São Paulo dos Diálogos Amazônicos”, evento promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com apoio de diversas entidades do setor privado, abre suas portas para as boas notícias da ZFM. Um espaço e um momento oportuno de interlocução construtiva para aprofundar o conhecimento e reafirmar os objetivos da ZFM.
O evento, programado para ocorrer neste dia 8 de novembro de 2024, em São Paulo, promete reunir especialistas, acadêmicos, lideranças empresariais e políticas de diferentes visões, buscando um entendimento mais profundo da Amazônia e de seus desafios socioeconômicos e ambientais. Organizado pela Escola de Economia de São Paulo da FGV (FGV EESP), sob a batuta de Lilian Furquim, a conferência pretende não só debater, mas também promover uma reavaliação do papel da Zona Franca na preservação ambiental e no desenvolvimento econômico da região.
A programação do evento reflete a amplitude e a relevância dos temas a serem discutidos. A abertura contará com a participação de figuras proeminentes, como Luiz Augusto Rocha, presidente do Conselho do CIEAM, e Marcos Bento, presidente da ABRACICLO, que juntos representam entidades comprometidas com o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento da economia da Amazônia. Estes diálogos, ancorados em uma perspectiva de segurança jurídica, defesa territorial e bioeconomia, ressaltam o papel estratégico da Amazônia para o Brasil e para o mundo.
Entre os principais painéis, destacam-se temas como a segurança jurídica, o clima e a defesa da integridade territorial, com a participação do General Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves, comandante militar da Amazônia. Outra discussão crucial envolve o painel sobre investimentos na Amazônia, com a presença de Denis Minev, CEO da Bemol, e Julio Koga, VP da Honda Motors Amazônia, ilustrando a importância de experiências práticas para promover o desenvolvimento regional.
O setor de bioeconomia também ocupará um lugar central nas discussões, evidenciando as oportunidades de negócios sustentáveis e as perspectivas para o futuro da ZFM. A presença de Nabil Kadri, superintendente de Meio Ambiente do BNDES, reforça o compromisso do banco com o financiamento de projetos que impulsionem a bioeconomia, em harmonia com a conservação ambiental.
Ao promover este evento, a FGV dá um passo importante na construção de pontes entre o setor público, o privado e a sociedade civil, apoiando um modelo de desenvolvimento pautado pela transparência e sustentabilidade. No entanto, a responsabilidade desta interlocução é compartilhada com entidades fundamentais da indústria de Manaus, como a ABIR, ABRACICLO, CIEAM e FIEAM, que representam setores industriais diversos, mas unidos pela missão de consolidar a ZFM como uma iniciativa exemplar de desenvolvimento sustentável.
Ao contrário do que muitos pensam – este esclarecimento é muito importante – o modelo da Zona Franca de Manaus não consome recursos públicos para manter-se. Pelo contrário, o polo industrial promove a geração de riquezas para a Amazônia, distribuindo seus benefícios em uma estrutura econômica que utiliza o registro fiscal para conferir transparência a cada transação. Esse processo torna visível não só a origem das receitas, mas também a destinação de seus resultados, contribuindo para uma visão mais clara da responsabilidade ambiental e social que orienta o modelo econômico da ZFM.
A Conferência Diálogos Amazônicos, ao consolidar um ambiente de debate e cooperação, não apenas esclarece os objetivos da Zona Franca como também fortalece seu reconhecimento público. Com uma agenda de discussões que abrange desde políticas públicas e desenvolvimento regional até inovação e sustentabilidade, o evento reafirma o compromisso da ZFM com um desenvolvimento que valoriza a floresta em pé e respeita a biodiversidade amazônica.
Apoiado por grandes nomes do setor privado, como a Bic da Amazônia, Honda, e Águas de Manaus, e entidades parceiras do setor metalúrgico e eletroeletrônico, como o SIMMMEM e SINAEES, o evento representa uma oportunidade para que a sociedade brasileira enxergue o verdadeiro valor da Zona Franca de Manaus: não como um polo de privilégios, mas como um modelo de desenvolvimento que alia prosperidade econômica à preservação ambiental. Em um país marcado por profundas desigualdades, a ZFM desponta como uma solução concreta para integrar o Norte ao crescimento nacional, oferecendo uma resposta econômica e ambientalmente responsável aos desafios do século XXI.
Este evento é um convite para que os brasileiros repensem a Amazônia e compreendam o papel transformador que o Polo Industrial de Manaus desempenha na promoção de uma economia sustentável e na defesa da floresta.
Lúcio Flávio é advogado, empresário e presidente-executivo do Centro da Indústria do Estado do Amazonas.