Com base em duas justificativas com relação as mudanças climáticas, a Aneel sinalizou a ativação da bandeira amarela, o que fará a conta de luz mais cara a partir deste mês
A partir de julho, os brasileiros terão um aumento na tarifa de energia elétrica devido à ativação da bandeira amarela pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com isso, será cobrado um adicional de R$ 1,88 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Para uma residência típica, que consome entre 150 kW/h e 200 kW/h por mês, isso representa um aumento significativo nos custos.
A Aneel justificou a mudança citando dois fatores principais: a previsão de chuvas abaixo da média e o aumento do consumo de energia devido às temperaturas acima do normal. A previsão indica que as chuvas serão 50% menores do que o normal para o restante do ano, o que afeta diretamente os níveis dos reservatórios das hidrelétricas, responsáveis por mais de 60% da geração de energia no Brasil. Com a escassez de água, é necessário acionar usinas termelétricas, que, além de serem mais caras, utilizam combustíveis fósseis, gerando energia mais poluente.
A última vez que a bandeira amarela foi acionada foi em abril de 2022. Desde então, as condições climáticas e a demanda por energia mudaram drasticamente. O aumento das temperaturas, previsto para o inverno, agrava ainda mais a situação, uma vez que eleva o consumo de energia. Este cenário é um reflexo direto das mudanças climáticas, que intensificam eventos extremos do clima como secas e ondas de calor.
A ironia deste cenário é que as próprias mudanças do clima, impulsionadas pela queima de combustíveis fósseis, estão forçando o uso maior de termelétricas, que por sua vez, aumentam as emissões de gases de efeito estufa. Este ciclo destrutivo resulta em uma energia mais cara e mais suja, perpetuando os eventos climáticos extremos.
A decisão da Aneel de acionar a bandeira amarela destaca a necessidade urgente de investimentos em fontes renováveis de energia. O mais recente relatório da Coalizão Energia Limpa sugere que o Brasil deve aumentar os investimentos em energias renováveis para quebrar este ciclo de dependência de combustíveis fósseis. Fontes como a solar e a eólica oferecem alternativas mais limpas e sustentáveis, reduzindo a necessidade de termelétricas e ajudando a mitigar os impactos das mudanças climáticas.
O governo e as instituições responsáveis precisam se concentrar em soluções de longo prazo para a crise energética e climática. A integração de mais energias renováveis no mix energético brasileiro pode não apenas reduzir os custos para os consumidores, mas também contribuir significativamente para a redução das emissões de carbono, combatendo diretamente as causas das mudanças climáticas.
A atual situação mostra claramente a interconexão entre a crise climática e os desafios energéticos. A população brasileira está sentindo no bolso os efeitos das mudanças climáticas, pagando mais por uma energia que continua a alimentar o ciclo de degradação ambiental. É imperativo que políticas públicas e investimentos privados se alinhem para promover uma transição energética justa e sustentável, garantindo segurança energética e proteção ao meio ambiente para as futuras gerações.
Com informações da Agência Brasil
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