Para a nossa região os investimentos de infraestrutura devem ter como foco a constituição de uma rede logística articulada que agregue transporte, energia e comunicação. Para isso seria muito interessante o aprimoramento da atuação do BNDES com a SUDAM e o Banco da Amazônia, complementando estratégias de investimentos dessas instituições, bem como identificando novas oportunidades de atuação conjunta e estímulos às atividades econômicas que preservem o meio ambiente.
Por Antônio Silva
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Boa notícia vem do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que anuncia para este ano esforços para aumentar substancialmente os financiamentos em infraestrutura. Espera o banco ter um crescimento entre 20% a 30% nas aprovações de projetos de transportes, logística, mobilidade e saneamento. Comparando os dados divulgados de 2023, em relação a 2022, houve crescimento de 23% no setor, que atingiu R$ 78,5 bilhões e os desembolsos alcançaram R$ 48 bilhões, equivalente a um crescimento de 14%.
Vemos aí uma boa oportunidade para se investir no desenvolvimento sustentável da Amazônia Ocidental, por meio dos financiamentos do BNDES, desenvolvendo atividades econômicas que não ofendam o meio ambiente, observem os interesses locais para a instalação de grandes projetos de infraestrutura e de integração multimodal.
Entretanto, é preciso que se supere a falta de integração das correntes dentro do próprio governo, uma que defende o favorecimento de novos investimentos para o crescimento econômico e a conquista de novos mercados, e a outra corrente que defende o desenvolvimento sustentável, as populações de cada localidade e a proteção do meio ambiente. O que se observa é que há uma discussão que não evolui para uma atitude concreta que resolva o problema, existindo uma dissonância que é de difícil conciliação.
O momento que se apresenta é propício para o planejamento e execução de projetos de infraestrutura que envolva estratégias econômicas, visto que agora temos uma combinação de fatores favoráveis como: estabilidade, controle inflacionário, taxa de cambio, balanço de pagamentos favorável, baixa taxa de juros, reforma tributária aprovada, certa austeridade fiscal perseguida pelo Ministério da Fazenda, existência de fundos de financiamento, excelente desempenho de produtores rurais e agroindustriais, crescimento de exportações principalmente do agronegócio e construção de parcerias publico-privada que impulsionam investimentos.
Para a nossa região os investimentos de infraestrutura devem ter como foco a constituição de uma rede logística articulada que agregue transporte, energia e comunicação. Para isso seria muito interessante o aprimoramento da atuação do BNDES com a SUDAM e o Banco da Amazônia, complementando estratégias de investimentos dessas instituições, bem como identificando novas oportunidades de atuação conjunta e estímulos às atividades econômicas que preservem o meio ambiente.
É dever do governo, promover políticas públicas de desenvolvimento regional para vencer os inúmeros obstáculos da nossa região e agregar valor a produção local, com o aproveitamento de cadeias complementares de produção de componentes e insumos, inclusive explorando nossa biodiversidade, inovando e atraindo novos investimentos.
Com certeza, a indústria local e novos investidores, estarão dispostos a aproveitar todas as oportunidades que se apresentarem para desenvolver cada vez mais a Zona Franca de Manaus (ZFM) sem perdas ambientais, gerando emprego e renda.
Antônio Silva é administrador de empresas, empresário e presidente da Federação das Indústrias do estado do Amazonas e vice presidente da CNI.
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