A Universidade Federal do Pará (UFPA) tem sido palco de significativas descobertas científicas nos últimos anos. As pesquisas conduzidas pelos cientistas da instituição resultaram no registro de 21 novas espécies de peixes no Rio Xingu na última década. Deste total, 16 são exclusivas do manancial, o que eleva o destaque e a relevância desse habitat para a biodiversidade aquática.
Estes achados foram divulgados em renomadas publicações científicas, como a Neotropical Ichthyology, associada à Sociedade Brasileira de Ictiologia (SBI), e a mundialmente famosa revista Nature. Para além de expandir o conhecimento científico, essas descobertas podem contribuir diretamente para o aprimoramento das estratégias e ações voltadas para a conservação da rica biodiversidade presente na floresta equatorial.
O acari-zebra-marrom (Hypancistrus sp. L174) é uma das espécies descobertas no Rio Xingu e já ameaçadas de extinção. Foto: Leandro Sousa/Divulgação
Porém, o título de “ornamentais” dado à maioria dessas novas espécies descobertas traz consigo preocupações. Peixes da região, dotados de beleza e singularidade, são constantemente traficados para adornar aquários em diversos cantos do planeta. Tabatinga (AM), localizada na fronteira entre Brasil e Colômbia, surge como uma das principais rotas desse comércio ilegal.
Mas as ameaças à biodiversidade do Rio Xingu não param por aí. Grandes empreendimentos, como a usina de Belo Monte, representam um risco para diversas espécies, incluindo o acari-zebra-marrom. Este peixe, que habita áreas específicas da Volta Grande do Xingu, em Altamira (PA), teve sua captura proibida por uma portaria federal em 2021, ressaltando os perigos que enfrenta.
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