A ministra Simone Tebet precisará também ser convidada a conhecer a Zona Franca de Manaus para então mudar de ideia e silenciar seus canhões que pretendem que o Amazonas vire geleia, como desejava o comandante na canção de Geni.
Por Juarez Baldoino da Costa
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A Geni de Chico Buarque vive tão bem quanto vive a Zona Franca de Manaus do Brasil. Mesmo quando malhadas por alguns pela cidade, elas são um poço de bondade. Porém, quando surge um Zepelim prateado “com 2.000 canhões assim”, ou quando surge uma ministra como Simone Tebet em Brasília, as cidades em romaria, com a união de todos os seus habitantes, vêm beijar as suas mãos, como escreveu Chico, ao insistir na letra de Geni e o Zepelim que todos unidos, mesmo os habitantes que jogavam pedra na dama, pediram que ela os salvasse, e assim fariam o comandante mudar de ideia e “partisse numa nuvem fria.”
Tebet defende a igualdade tributária entre estados desiguais, o que é até inconstitucional, e criticou os incentivos fiscais da ZFM durante a audiência de 04/04/23 no GT da Reforma Tributária em Brasília, conforme noticiou o site Amazonas1 no Portal de Wal Lima. A ministra precisará também ser convidada a conhecer a ZFM para então mudar de ideia e silenciar seus canhões que pretendem que o Amazonas vire geleia, como desejava o comandante na canção de Geni.
Terceira colocada nas eleições presidenciais de 2022, a ministra quando em campanha, e mesmo quando em sua exitosa trajetória pública anterior, não teve tempo de conhecer mais o país tanto quanto certamente gostaria, para poder compreender a dimensão do Rio Amazonas, a do Rio São Francisco, a da Caatinga ou a dos Pampas, por exemplo, o que é até compreensível.
Agora no Ministério do Planejamento, Simone Tebet defendeu ainda a já claudicante Reforma Tributária que a cada dia perde espaço na agenda parlamentar, exaltando alguns de seus pontos absurdos como a transição de 20 anos e a alíquota tributária igual para a Ferrari e para a sandália de borracha. O Amazonas tem poucas estradas para se rodar com uma Ferrari, e muitos ramais de terra para se pisar com uma sandália; claramente não é justo tributá-las com o mesmo imposto. Uma Ferrari também não vai andar nas poeirentas estradas do Nordeste onde pisam também milhares de pares de sandálias.
Quando o forasteiro foi embora, Geni retornou ao seu cais do porto, não o de lenha, como pretendem para Manaus aqueles que não a conhecem.
Quando vier ao Amazonas, como todos os demais visitantes, com certeza a ministra será muito bem recebida, desde que não venha de Zepelim.
Juarez é Amazonólogo, MSc em Sociedade e Cultura da Amazônia – UFAM, Economista, Professor de Pós-Graduação e Consultor de empresas especializado em ZFM.
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