A presença de militares, servidores federais e forças de segurança pública na Terra Indígena Yanomami está começando a afastar os garimpeiros da região. O g1 mostrou vídeos que circulam nas redes sociais mostrando grupos de homens e mulheres deixando a reserva caminhando pela floresta ou viajando em barcos lotados pelos rios.
Em coletiva de imprensa dada no último sábado (4/2) em Roraima, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, confirmou a informação. “É bom que saiam, assim a gente diminui a operação que vai ser feita. Se eles saem sem precisar de força policial, é melhor para todo mundo”.
A presença numerosa dos garimpeiros é apontada por especialistas e pelo governo como o principal fator por trás da crise humanitária experimentada pelo Povo Yanomami nos últimos meses. Por isso, a saída dos garimpeiros e de outros invasores da Terra Yanomami é vital para resolver a questão.
“Para sair da situação de emergência de saúde é preciso combater a raiz, que é o garimpo ilegal. Não é possível que 30 mil indígenas sigam convivendo com 20 mil garimpeiros em seu território”, disse Guajajara. Folha, g1, O Globo e UOLderam mais informações.
O êxodo garimpeiro está causando uma inflação nos preços dos voos clandestinos dentro da Terra Yanomami, informou a Folha. Com a Força Aérea restringindo a circulação de aeronaves na região, os poucos que se aventuram nesse tipo de ação estão cobrando até R$ 15 mil por pessoa em voos que deixam a reserva.
Uma parte dos garimpeiros tenta atravessar a fronteira para a Venezuela e até mesmo para a Guiana.
Já grupos de garimpeiros isolados estão apelando ao governo de Roraima para defendê-los da ação do governo federal dentro do território. O governador Antônio Denarium, que conta com apoio político do garimpo, vem atuando para pedir apoio da União em “recebimento e incentivo a esses trabalhadores que desejam sair de forma espontânea e pacífica”.
Ao menos em Roraima, o garimpo ainda conta com forte apoio político das autoridades locais e de grupos econômicos do estado. Como O Globo apontou, a dependência do garimpo de uma parcela significativa da população de Roraima será um desafio importante para os esforços de combate à atividade na Terra Yanomami.
Em tempo: Enquanto isso, acumulam-se evidências dos abusos cometidos por garimpeiros contra indígenas dentro da Terra Yanomami. De acordo com o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Roraima (CEDCAR), foram identificadas violações como a cobrança de pedágio para indígenas passarem por suas próprias terras e abandono de crianças geradas em situações de abuso sexual cometidos por não indígenas. Estadão e g1 deram mais detalhes.
Texto publicado em CLIMA INFO
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