As chuvas que caem desde janeiro fizeram os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste chegarem próximas do aproveitamento de 50% de suas capacidades, enquanto as previsões do ONS apontam para 58% ainda este mês, uma marca não atingida nos últimos 9 anos.
Mesmo assim, o prejuízo das distribuidoras passou de R$ 12 bilhões no ano passado. Apesar de receber uma polpuda ajuda do Tesouro, o setor elétrico deve chegar em maio com um prejuízo adicional de quase R$ 2 bilhões, segundo o Valor. Tudo isso, claro, a ser pago pelo consumidor a partir do ano que vem (se você pensou que isto significa que a conta de luz terá mais aumentos depois das eleições, acertou).
E mais, como que para garantir que a tarifa de eletricidade siga nas alturas, Bolsonaro sancionou no mês passado uma lei garantindo subsídios à queima de carvão até 2041, apesar desta ir no sentido oposto dos compromissos climáticos que ele mesmo assinou, informa o Valor.
Também não deve ajudar a reduzir a tarifa a previsão de que a eletricidade de Angra 3, se esta vier a operar em 2027, chegue a R$ 800 por MWh. O Poder 360 comparou este preço com os da nucleares Angra 1 e 2, que custam menos de R$ 250, e com os preços máximos nos últimos leilões não chegam nem perto de R$ 200.
Um bom retrato das besteiras feitas pelos comandantes do setor elétrico deste governo foi feito por André Borges no Estadão, ao analisar o leilão a ser realizado em maio. Dois terços dos quase dois mil projetos inscritos no futuro leilão são plantas fotovoltaicas. Um dos entrevistados diz que, no ano passado, o preço do MWp caiu para US$ 31, ou R$ 161.
Infelizmente Angra 3 é apenas um dos preços que pagaremos por termos um ministro historicamente ligado ao lobby nuclear.
Fonte: ClimaInfo
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