Neste momento há mais de 80 GW em projetos de geração de energia eólica offshore ( no alto-mar) em processo de licenciamento ambiental, segundo o IBAMA. Estas dezenas de gigawatts estão distribuídos em 36 projetos que se distribuem no litoral de seis estados: Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O Valor afirma que isto é o dobro do total produzido offshore no mundo atualmente.
A epbr compara o tanto de GW com os projetos em terra no país mostrando que a potência projetada no mar é quatro vezes maior do que os de projetos em terra – que até janeiro somavam 21 GW – e o dobro em relação a 2021, quando somavam até julho 42 GW. Somente neste mês, 12 novos projetos offshore entraram em licenciamento, somando 25 GW. Um dos motivos para este salto é a publicação no dia 25/01 do decreto nº 10.946/2022 que regula – finalmente – estes projetos em alto-mar.
Esta seria uma boa notícia neste momento de energia cara e pico de demanda causado pelo calor, conforme noticiado pelo Jornal Nacional. Mas o lobby do gás conseguiu impor seu papo-furado de “combustível de transição” e ocupa neste momento as linhas de transmissão brasileiras com sua energia cara e poluente, conta em detalhes o UOL.
Com isso, informa o Poder 360, as hidrelétricas são obrigadas a jogar fora as águas das chuvas intensas das últimas semanas, deixando de gerar energia barata no momento em que a população mais precisa. O portal também informa que o governo negou o pedido de revisão da bandeira de escassez hídrica feito por Minas Gerais depois das chuvas extremas terem arrasado o território do estado.
O avanço consistente da energia eólica offshore está deixando alguns discursos sobre o setor de energia sem pé nem cabeça. Em mais uma “escolha difícil”, o Estadão finge que não conhece as consequências de projetos como o de Belo Monte, e se pergunta se três novos megaprojetos de hidrelétricas na Amazônia nos moldes da ditadura seriam uma boa ideia.
Em tempo: O setor elétrico depende de previsões meteorológicas precisas e da construção de cenários climáticos confiáveis de médio e longo prazos. As mudanças climáticas vão deixar isso muito mais difícil, informa artigo do Washington Post traduzido pelo Estadão.
Fonte: ClimaInfo
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