O governo de Xi Jinping prepara um novo plano para reforçar a segurança energética na China em meio à escalada dos preços internacionais da energia. Para garantir a oferta de eletricidade ao mercado chinês, Pequim quer reforçar a produção de carvão para abastecer as usinas termelétricas do país, com um aumento de 300 milhões de toneladas de capacidade de produção em 2022. Isso equivaleria a um aumento de 7% em relação ao total de carvão produzido no ano passado.
Desde o começo da pandemia de COVID-19, as autoridades chinesas recuaram de uma série de restrições à produção de carvão e à construção e operação de novas usinas termelétricas baseadas neste combustível fóssil. Com os novos planos, a China sinaliza que não pretende voltar a restringir o uso de carvão, mesmo que às custas dos objetivos climáticos do país. “A mentalidade da segurança energética tornou-se dominante, superando qualquer discussão sobre neutralidade do carbono”, comentou à Associated Press Li Shuo, consultor sênior de políticas globais do Greenpeace. “Estamos entrando em um período relativamente desfavorável para a ação climática na China”. NY Times e Washington Post também destacaram a sinalização pró-carvão de Pequim.
Por outro lado, a Reuters repercutiu um levantamento feito pelo think tank Center for Research on Energy and Clean Air (CREA) que apontou para um recuo das instituições financeiras chinesas no financiamento de projetos de energia fóssil no exterior. De acordo com a análise, pelo menos 15 projetos em fase de planejamento foram interrompidos desde o ano passado, com capacidade de cerca de 12,8 GW; outros projetos que somam 37 GW de capacidade nova também podem ser suspensos nos próximos meses. No entanto, a China ainda mantém o financiamento a 18 projetos, com capacidade de 19,2 GW.
Em tempo: Se a corrida pelo net-zero global fosse um jogo, os jogadores ainda não chegaram efetivamente ao tabuleiro. Para “empurrar” a discussão e reforçar a urgência do tema, o Financial Times montou um “tutorial” com dicas para facilitar o caminho das economias nacionais rumo à descarbonização até meados deste século, tal como definido pelo Acordo de Paris. Só falta desenhar, né?
Fonte: ClimaInfo
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