Completando 15 anos, iniciativa criada pela Natura gera importante retorno social às comunidades e chega a marca de quase 1,5 milhão de toneladas de carbono estocados
Em 2007, a Natura assumiu o compromisso de ser uma empresa Carbono Neutro, com a implementação de um programa que mensura, reduz e compensa as emissões geradas não apenas por ela, mas por toda a sua cadeia produtiva – da extração das matérias-primas ao descarte final das embalagens após o uso. Quinze anos depois, a companhia anuncia que o Programa Natura Carbono Neutro chegou à marca de mais de 4 milhões de créditos de carbono compensados por meio de 47 projetos – 36 no Brasil e outros sete na América Latina.
O programa gera um retorno social de R$ 32 para cada R$ 1 investido, de acordo com o Integrated Profit and Loss (IP&L), metodologia de mensuração que considera os capitais humano, ambiental e social lançado pela marca este ano. A ferramenta foi desenvolvida pela empresa que mensura em valores financeiros seu impacto social e ambiental ao longo de toda a cadeia.
No total, 1,47 milhão de toneladas de carbono deixaram de ser emitidas pelos diversos projetos de redução implementados ao longo desse ciclo. Os projetos de compensação contribuem para conservar mais de 21 mil hectares de florestas e reflorestamento e impactam a vida de 15.588 famílias, com a geração de R$ 2,15 bilhões em valores equivalentes a serviços ambientais, sociais e comunitários.
Em um balanço das emissões de carbono e os benefícios gerados, chega-se a um resultado líquido positivo de R$1 bilhão. ”Por sua transversalidade, o Programa Natura Carbono Neutro nos permite abordar várias frentes, como eficiência energética e energias renováveis, além de poder ser um critério para a escolha de materiais e ingredientes para nossos produtos”, explica Denise Hills, diretora de Sustentabilidade de Natura &Co América Latina.
Em 2019, o programa Carbono Neutro foi reconhecido pela ONU em seu Prêmio Global de Ação Climática. A honraria se deu ao protagonismo da companhia no combate às mudanças climáticas. O próximo passo da Natura é zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2030, o que significa que o modelo de negócios da empresa deve ser capaz de capturar mais carbono do que emite.
“Esse é um objetivo ambicioso que envolve todo o grupo Natura &Co no mundo, e toda a nossa cadeia produtiva – ou seja, não se trata apenas das operações próprias, envolvendo também nossos fornecedores de insumos e materiais, distribuição e logística e o descarte dos produtos pós-consumo. Nossa meta considera ainda alcançar esse balanço de carbono zero 20 anos antes do prazo firmado no Acordo de Paris”, completa Denise.
Inovação é aliada para reduzir as emissões
O diferencial do compromisso de redução das emissões de GEE executado pela companhia está no escopo de aplicação. Enquanto algumas iniciativas realizam medidas apenas nas emissões próprias de suas instalações, a Natura se atenta e se preocupa em aplicar suas políticas em toda sua cadeia produtiva, desde operações internas – energia utilizada na produção – até nas operações que estão fora da empresa, como transportadoras e produção de matérias primas.
Para isso, a empresa se propõe a aliar pesquisa e investimentos em tecnologia para desenvolver soluções inovadoras. Entre elas está a calculadora de carbono, que monitora o impacto ambiental do ciclo completo de cada produto – desde a formulação até o descarte das embalagens, permitindo fazer melhores escolhas como a adoção de refis e embalagens feitos de materiais como PET 100% reciclado pós-consumo e plástico de cana de açúcar, além de fórmulas que priorizam ingredientes naturais e oriundos da biodiversidade brasileira – o que contribui para fomentar uma economia da floresta em pé na região amazônica.
O álcool orgânico presente em 100% dos produtos de perfumaria da empresa desde 2007 ajuda, por exemplo, a regenerar a vida em mais de 23 mil hectares de vegetação nativa.
Por meio de um sistema logístico inteligente, a companhia utiliza processos de transportes mais ecoeficentes que priorizam o uso de combustíveis de origem renovável e do transporte fluvial e marítimo.
Projetos de compensação para neutralizar
Para as emissões que ainda não são possíveis evitar, a Natura neutraliza por meio de projetos de créditos de carbono que comprovadamente geram impacto positivo socioambientais, como energia renovável, restauro florestal, REDD+, Eficiência Energética e Manejo de Resíduos.
Entre os destaques está Carbono Circular, projeto de pagamento voluntário pela compensação de carbono que remunera famílias de pequenos agricultores não apenas pela compra de insumos e repartição de benefícios, mas também pelo serviço de conservação da Amazônia. A iniciativa é uma parceria com a Cooperativa de Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado (Reca), localizada em uma região entre o Acre, o Amazonas e Rondônia.
A auditoria mais recente no projeto foi realizada em 2022, e apontou que a taxa média de desmatamento das 80 propriedades participantes era um quinto menor que as propriedades do entorno. No total, o projeto já evitou a emissão de 158 mil toneladas de CO2 na atmosfera e distribuiu mais de R$4,27 milhões de recursos para os beneficiários.
Além disso, a Natura também lançou em 2017, em parceria com o Itaú e com apoio do Instituto Ekos Brasil, a plataforma Compromisso com o Clima, voltado à captação de projetos de neutralização de gases de efeito estufa do mercado de carbono voluntário, que também geram benefícios socioambientais, servindo para atração de mais organizações que queiram compensar suas emissões.
Além de promover a compensação, o programa alerta as empresas sobre a relevância de uma gestão completa, que inclui mapear todas as fontes de emissão, priorizar o esforço de redução e, por fim, compensar as emissões que não podem ser evitadas. Desde o lançamento, além da Natura e do Itaú, outras empresas já se uniram à iniciativa e são hoje parte da plataforma, como B3, iFood, Localiza, Lojas Renner, Mattos Filhos Advogados, MRV, RaiaDrogasil, Bayer e Dasa. Atualmente, os 15 projetos vinculados ao programa já somam a redução de 1.4 milhão de emissões verificadas.
Fonte: CicloVivo
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