Vale ressaltar que a Amazônia Azul é a Zona Econômica Exclusiva do Brasil, isto é, toda a extensão marítima legitimada como sendo de domínio brasileiro. Assim, o país pode explorar essa zona e usufruir de toda a riqueza que ela tem a oferecer, mas sempre, com ações sustentáveis, que deem conta de preservar o meio ambiente marítimo, possibilitando a manutenção das espécies e o equilíbrio entre exploração, preservação e crescimento econômico.
Por José Batista de Souza
Desde os tempos mais remotos, o mar foi sinônimo de crescimento e desenvolvimento, basta lembrarmos da epopeia dos descobrimentos marítimos, com grande destaque para Portugal, que através do mar, conseguiu colonizar diversos países, a exemplo do Brasil, ampliando seus domínios e suas riquezas, impulsionando significativamente sua economia e tornando-se uma potência respeitada. Nesse contexto, podemos dizer que o mar, tal qual beneficiou Portugal, pode ser o grande trunfo do Brasil rumo ao fortalecimento de sua economia. Isso porque o país, além de possuir uma de suas maiores riquezas – a Floresta Amazônica -, possui também uma outra Amazônia, desconhecida do grande público, mas tão rica quanto aquela – a Amazônia Azul -, que pode ser, nas próximas décadas, o sustentáculo de sua economia.
A Amazônia Azul diz respeito a todo o território marítimo brasileiro, e recebeu esse nome da Marinha do Brasil de forma análoga, devido ao fato de possuir uma extensão oceânica semelhante à Amazônia Verde, além de uma riquíssima biodiversidade de espécies marítimas, e da incomensurável fartura em recursos naturais. Trata-se de uma área gigantesca, com cerca de 3,6 milhões de km², uma extensão equivalente à superfície da Floresta Amazônica, sendo a região nordeste a que apresenta a maior Amazônia Azul, bastante aproveitada principalmente no ramo do turismo, da pesca e do transporte marítimo. Apesar de gigantesca, essa área poderá ser ampliada para 4,4 milhões de km², uma vez que o Brasil reivindicou sua ampliação à Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar (CNUDM). Aliás, foi essa Convenção que delimitou, em 1994, os direitos do Brasil sobre esse espaço marítimo denominado de Amazônia Azul.
Apesar de tamanha importância para o Brasil, segundo o almirante Roberto de Guimarães Coelho, a Amazônia Azul é ignorada por boa parte dos brasileiros, assim como a Floresta Amazônica o foi por séculos, razão pela qual sua existência deve ser divulgada, principalmente para que os brasileiros ajudem a cuidar dela, afinal, ela é patrimônio de todos e, como tal, deve ser preservada, para que possa garantir ao país, daqui por diante, uma qualidade de vida e uma economia cada vez mais sustentáveis.
Vale ressaltar que a Amazônia Azul é a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil, isto é, toda a extensão marítima legitimada como sendo de domínio brasileiro. Assim, o país pode explorar essa zona e usufruir de toda a riqueza que ela tem a oferecer, mas sempre, com ações sustentáveis, que deem conta de preservar o meio ambiente marítimo, possibilitando a manutenção das espécies e o equilíbrio entre exploração, preservação e crescimento econômico. Ademais, como a Amazônia Azul é um espaço que não pode ser demarcado fisicamente, há a necessidade de que o Brasil cuide de patrulhar esse espaço, algo não muito fácil devido a sua extensão, mas, a Marinha do Brasil – a responsável por ela, tem empreendido todos os esforços possíveis para proteger nossa riqueza, através de patrulhamento constante.
A Amazônia Azul apresenta um potencial econômico incalculável para o país. Prova disso é que 95% do comércio exterior é feito pelo mar, o que rende à economia nacional centenas de bilhões de dólares por ano, incluindo, nesse contexto exportações, importações e atividades portuárias, além dos bilhões arrecadados com a extração do petróleo do mar, que chega a atingir aproximadamente 2 bilhões de barris por dia, o equivalente a cerca de 35 bilhões de dólares. Some-se a isso, todo o dinheiro arrecadado com a extração do gás natural retirado diariamente do mar, todo o dinheiro relativo à aquicultura, à pesca, ao turismo, sem contar com a grande diversidade de minérios nela existentes, a exemplo de diamante, ouro, metais, entre outros.
Além das utilidades já mencionadas, o mar também é útil para transportes marítimos, para a prática de esportes náuticos, para a exploração de energia, para os estudos de hidrografia, geologia, cartografia e meteorologia, enfim, o mar apresenta uma riqueza inestimável para a humanidade, razão pela qual os olhares humanos sobre ele precisam ser mais inteligentes.
Portanto, é imperativo que o Brasil saiba fazer uso da Amazônia Azul da melhor forma possível, conhecendo a fundo a grandiosidade do mar, respeitando toda a diversidade nele presente e agindo de forma inteligente para alavancar cada vez mais sua economia, o que garantirá ao povo brasileiro melhores condições de vida.
Fonte: Jornal Tribuna
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