A ponte que liga a sede do município ao território Yanomami, na comunidade Maturacá, em São Gabriel da Cachoeira, já existia e passou por reforma
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou ao município de São Gabriel da Cachoeira (a 850 quilômetros de Manaus) no início da tarde desta quinta-feira (27). Durante a visita, Bolsonaro almoçou com integrantes das Forças Armadas em um quartel e fez um discurso exaltando a atuação dos militares.
O presidente também inaugurou a uma ponte na BR-307, que liga o município ao território Yanomami, na comunidade Maturacá. A ponte fica sobre o igarapé Rodrigo e Cibele, no km 91 da BR.
Bolsonaro visitou a cidade mais indígena do Brasil, que faz fronteira com a Colômbia e Venezuela, para adentrar pela primeira vez ao território indígena juntamente com sua comitiva. A visita não agradou a todas as lideranças indígenas da região, que acusaram o presidente de tentar persuadir a comunidade a entregar terras demarcadas para o garimpo ilegal. Neste sentido, uma carta de repúdio contra a visita do presidente foi emitida pelas lideranças indígenas anteriormente.
Já durante o discurso aos militares, ao exaltar o trabalho das Forças Armadas, Bolsonaro destacou que, hoje, o Brasil tem mais ministros militares do que no período de 1964 a 1985, durante a ditadura militar. “Queremos progresso e acima de tudo liberdade, e a gente sabe que esse último desejo passa por vocês, vocês que decidem, em qualquer país no mundo, como aquele povo vai viver”, disse Bolsonaro. “Se temos essa oportunidade, Deus deu essa missão para nós, vamos aproveita-la no bom sentido”, incentivou Bolsonaro.
Em seguida, Bolsonaro prometeu que em breve o Brasil voltará à normalidade, se referindo as políticas de restrições adotadas pelos governos estadual e municipal para enfrentamento à Covid-19.
“Tenho conversado muito com Braga Netto, nosso ministro da Defesa. Mais do que obrigação e dever, tenho certeza de que vocês agirão dentro das quatro linhas da Constituição, se necessário for”, disse Bolsonaro, no sentido de que poderá usar as Forças Armadas para combater as políticas de restrição, que ele critica e desrespeita.
A visita foi repudiada por lideranças indígenas locais. Em um comunicado público, a Federação da Organização Indígena do Rio Negro (Foirn) criticou declarações do presidente em favor de garimpos ilegais. Jair Bolsonaro é favorável pela legalização de garimpos em terras indígenas.
Fonte: A Crítica
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