“Por fim, é necessário começar a consertar o que está errado, nos bairros, criando espaços com calçadas convidativas, com mais estacionamentos, mas bicicletas e menos carros. Vias de circulação local que possuem duas mãos poderiam renunciar a um dos sentidos para convidar os pedestres e as bicicletas. Fazer um projeto em um bairro com zonas comerciais, como Educandos, Nossa Senhora das Graças, Parque Dez ou São José é uma grande oportunidade.”
Por Augusto Cesar Barreto Rocha
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Manaus possui tudo para ser uma cidade exuberante para caminhar: clima quente, natureza abundante, vento, igarapés, rio e espaço. Com estas condições é possível ter calçadas largas, bancos, arborização, vistas para cursos de água e espaços para o vento e as pessoas circularem. Por alguns equívocos urbanísticos e de engenharia temos desprezado esta condição. Ao contrário de aproveitar todas as condições oportunizadas pela natureza, temos construído uma cidade para automóveis e insalubre para seres humanos.
O que se verifica são calçadas estreitíssimas, sem arborização, sem bancos, voltadas para paredes ou com postes no meio delas. A condição natural é completamente apropriada, mas a condição construída é inapropriada. É necessário repensar as características de tudo de novo que se constrói por aqui. A cidade precisa deixar de ser nociva para a caminhada e passar a ser convidativa. Onde há uma avenida, com uma calçada relativamente larga, rapidamente se constatam pessoas correndo, caminhando e se divertindo.
Ao observar a manhã ou o final da tarde em avenidas como a Av. São Jorge ou a Av. das Torres, é fácil observar o quanto a cidade clama por espaços como estes, mesmo tendo apenas uma parte destes predicados. E a solução? Primeiro é preciso parar de repetir os erros do passado: a cada nova rua e avenida deve ser implantado um conceito mais moderno, que inclua espaço para caminhar e para bicicletas. O movimento ativo é indispensável para um futuro saudável.
Por fim, é necessário começar a consertar o que está errado, nos bairros, criando espaços com calçadas convidativas, com mais estacionamentos, mas bicicletas e menos carros. Vias de circulação local que possuem duas mãos poderiam renunciar a um dos sentidos para convidar os pedestres e as bicicletas. Fazer um projeto em um bairro com zonas comerciais, como Educandos, Nossa Senhora das Graças, Parque Dez ou São José é uma grande oportunidade. No mundo, isso tem sido chamado de cidade caminhável, acalmadores de tráfego ou ruas completas. Com isso poderemos fazer um reencontro de Manaus com a sua natureza. Precisamos disso.
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