“E que o setor de serviços seja gerador de serviços de qualidade, e que a receita institucional promova a qualificação de empresários e comerciários em nome do interesse público e do fortalecimento da categoria.”
Belmiro Vianez Filho
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Em que medida o embargo dos bens pertencentes ao atual presidente da Confederação Nacional do Comércio-CNC, que dirigiu por mais de quatro décadas a entidade estadual – atinge o conjunto do setor varejista e da representação institucional do Comércio no estado do Amazonas? À exceção de raras vozes dissonantes, as entidades setoriais do varejo endossaram uma trajetória perdurada pela escuridão, fisiologia e, sempre de costas para o interesse da categoria.
Através de investigação realizada no Inquérito Civil n. 030.2017.000014, entidade do sistema S foram flagradas em relações perigosas e suspeitas de favorecimento familiar, dados que constam no Processo N° 0815867-14.2020.8.04.0001.
O maior constrangimento é o da impunidade no festival de ilícitos que desfigurou a atuação de uma entidade de classe tão importante para a construção da mudança. Quarenta anos de gestão omissa em todos os percalços experimentados pelo comércio de Manaus e do Amazonas desde o advento da ZFM.
Perdemos o bonde de uma história que poderia ter consolidado o comércio, incentivado nossa economia na geração de empregos, oportunidades, qualidade de vida e construção da prosperidade que se perdeu nos descaminhos da contravenção. Muitos combatentes que militaram na Associação Comercial do Amazonas-ACA se desgastaram na conquista da utopia da unidade e da promoção da meritocracia.
Deixamos no estaleiro do descaso o radar que nos permitiria denunciar os resultados nefasto da gestão sombria, perenizada pelos mais aviltantes processos de cooptação. Para perpetuar o ilícito, os critérios dos mais espúrios premiava bajuladores e perenizadores da deslegitimidade
Estes fatos exigem que a nova geração de empresários descubra o lado honroso da atividade comercial e empresarial, sua relação íntima entre cultura, sociedade e prosperidade de nossa gente.
Alguns critérios de conduta, obrigatoriamente, deverão pugnar pela alternância de poder e gestão participativa, auditoria fiscal e contábil, independente e permanente. Que não haja conchavos entre as entidades e o poder público, nem utilização do bem coletiva para benefício particular.
É preciso credencial ética para promover o interesse geral. Só há um jeito de questionar a gestão pública nebulosa e a aplicação decente dos recursos públicos se houver lastro de seriedade na gestão das entidades privadas. Os recursos aí gerados pertecem ao segmento varejista, comércio e serviços e devem ser aplicados na qualificação de gestores e atores da atividade comercial. E que o setor de serviços seja gerador de serviços de qualidade, e que a receita institucional promova a qualificação de empresários e comerciários em nome do interesse público e do fortalecimento da categoria.
Fica aqui um brado: Que esse episódio escraboso que interdita o titular da CNC, seja uma espoleta de um movimento saneador e restaurador do setor comercial amazonense, aquele que mais emprega, mais gera oportunidades e que possibilita um giro civil e coletivo da economia e da dignidade de ser empresário varejista.
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