O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, reforçou ontem o discurso em favor de um golpe militar que se origina no Planalto. “O artigo 142 é bastante claro”, afirmou a respeito do trecho da Constituição que trata das Forças Armadas, em entrevista à Rádio Jovem Pan. “Temos de verificar qual será a atitude deste poder moderador, que como o nome diz serve para moderar uma situação de crise em que os Poderes têm de retomar sua situação no cenário nacional e serem limitados e respeitados.” Para não deixar em suspenso o debate a respeito de quem invocaria este poder, Heleno ainda pontuou. “O presidente é o comandante supremo das Forças Armadas.” A fala do ministro veio um dia depois do vazamento de um WhatsApp em que o presidente Jair Bolsonaro conclamava manifestações de apoio e falava num “necessário contragolpe”. Segundo assessores, ele ficou muito irritado com a divulgação pública da mensagem. (Metrópoles)
Merval Pereira: “Esse papel de ‘poder moderador’ não existe. O presidente do Supremo, Luiz Fux, já havia decidido, numa ação impetrada pelo PDT em junho do ano passado, que ‘a missão institucional das Forças Armadas não acomoda o exercício do poder moderador entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário’. O ministro aposentado do STF Ayres Britto esclarece que ‘basta ser uma força armada para não ter direito de falar por último. O Judiciário fala por último por seu poder ser proveniente da fundamentação técnica de suas decisões, da sua imparcialidade’.” (Globo)
Então… Mais cedo, mesmo sem citar o nome de Bolsonaro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), mandou nas redes sociais um recado mais duro do que suas falas habituais. “Fechar portas, derrubar pontes, exercer arbitrariamente suas próprias razões são um desserviço ao país. Patriotas são aqueles que unem o Brasil, e não os que querem dividi-lo”, escreveu, acrescentando que “os avanços democráticos conquistados têm a vigorosa vigilância do Congresso, que não permitirá retrocessos”. (Globo)
O próprio Bolsonaro abaixou o tom e disse que ele e os militares “jamais serão motivadores de rupturas”. (Poder360)
Fonte: Canal Meio
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