Negociadores do Mercosul e da União Europeia se encontrarão em janeiro para reiterar cláusulas de proteção ao meio ambiente e ação climática dentro do acordo comercial entre os blocos, que se arrasta na Europa nos últimos meses por causa do aumento do desmatamento e das queimadas no Brasil.
De acordo com Assis Moreira no Valor, o governo brasileiro indicou estar disposto a “dialogar e trabalhar” para que as partes cheguem a um consenso. A ideia não seria reabrir as negociações comerciais em si, mas sim desenhar uma “declaração anexa e interpretativa”, esclarecendo dispositivos e pontos que resguardariam o acordo comercial Mercosul-UE e impediriam que ele servisse como catalisador de mais destruição ambiental.
Entretanto, o site POLITICO relata a insatisfação de alguns países europeus com a oposição declarada do governo da França à aprovação do acordo com o Mercosul. Espanha, Itália, Suécia e Portugal (que, por sua vez, assumirá a presidência rotativa do Conselho da UE no próximo semestre), estão se articulando com lideranças da Comissão Europeia para pressionar os franceses a aceitar uma solução de compromisso. No mês passado, nove países europeus encaminharam uma carta ao chefe de política comercial da UE, Valdis Dombrovskis, argumentando que a não-ratificação do acordo afetaria não apenas a credibilidade do bloco como parceiro comercial, mas também fortaleceria a posição de outros concorrentes na região.
Em tempo: A empresa norueguesa de salmão Bremnes Seashore, uma das maiores produtoras mundiais, anunciou que deixará de comprar soja brasileira a partir do próximo mês. Segundo o Globo Rural, a decisão se deve à escalada do desmatamento na Amazônia, que impõe um risco ambiental à estratégia de sustentabilidade da empresa. Para Simon Nesse Økland, chefe de desenvolvimento da Bremnes, “os números crescentes do desmatamento e a falta de ação para impedi-lo tornam impossível continuar usando soja brasileira”.
Fonte: ClimaInfo
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