A falta de chuvas nos reservatórios das principais usinas hidrelétricas dos Sudeste, Nordeste e Norte preocupa especialistas e o governo federal sobre o risco de impacto na oferta de eletricidade no Brasil em dezembro. Na semana passada, o Operador Nacional do Sistema (ONS) apresentou estimativa de que as chuvas neste mês deverão ficar abaixo da média histórica nessas regiões. Pouco depois, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) acionou bandeira tarifária vermelha para o mês de dezembro, elevando a tarifa de energia para os consumidores.
Em Brasília, por ora, o governo afirma que não há risco de racionamento de energia e blecautes no Brasil por falta de eletricidade. Em coletiva de imprensa, o ministro Bento Albuquerque refutou essa possibilidade e explicou algumas medidas preventivas que visam manter a oferta de energia, como o acionamento de termelétricas, a importação adicional de eletricidade da Argentina e do Uruguai, a flexibilização da vazão das hidrelétricas e dos níveis mínimos dos reservatórios e estímulos à redução do consumo. O governo anunciou também que realizará quatro leilões para contratação de novos projetos de geração de energia no ano que vem para entregarem energia a partir de 2025: a previsão é de que sejam promovidas duas rodadas para novos empreendimentos em julho e outras duas em setembro. Os primeiros leilões seriam abertos para contratação de energia hidrelétrica, eólica, solar e de biomassa; já os segundos também contemplariam fontes fósseis, como gás e carvão.
A fala do ministro Albuquerque foi repercutida por Canal Energia, Reuters e Valor.
Em tempo: O Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia recorreu à Justiça para impedir a realização de uma audiência pública virtual que discutirá a construção de uma nova usina hidrelétrica no rio Ji-Paraná. O projeto é uma das prioridades da política energética do governo Bolsonaro, que o colocou na carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Segundo os procuradores, os estudos de impacto ambiental apresentados pela Eletronorte ao Ibama no final de 2019 não contemplam diversos itens referentes a impactos ambientais, sociais e culturais do empreendimento. O Estadão abordou essa notícia.
Fonte: ClimaInfo
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