Entrevista exclusiva com o cientista Adalberto Val, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
O Brasil Amazônia agora teve a honra de entrevistar o cientista Adalberto Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que falou sobre as questões do mundo amazônico da ciência, segurança alimentar, os desafios da pesquisa e sua opinião sobre o recém-criado Conselho da Amazônia.
“A ciência é uma atividade social com fins sociais”, destacou Val, ao falar sobre a necessidade de não apenas se produzir conhecimento, mas também de se proporcionarem estruturas para levar o conhecimento ao processo produtivo.
Segundo o cientista, que há 40 anos produz ciência na Amazônia, a segurança alimentar, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do planeta, passa necessariamente pela diversidade biológica amazônica.
“Precisamos produzir e dominar”
Sob a condução do editor-geral do BAA, Alfredo Lopes, Adalberto Val refletiu porque, em quase 70 anos, não conseguimos mobilizar a atenção do poder público para tirar das coleções, dos acervos do Inpa – tirar da sua trajetória de pesquisador, por exemplo – as grandes soluções de que precisamos para uma economia pesqueira robusta no Estado.
“Se nós não quisermos ver as riquezas da Amazônia sendo usadas por estrangeiros, essas informações nós precisamos produzi-las e dominá-las”, frisou Val. “Capacitar pessoal não é só em São Paulo, não é só no Rio de Janeiro, a massa cinzenta dos nossos meninos do Norte não é diferente dos meninos de nenhum lugar do mundo.”
Sobre o Conselho da Amazônia, Val pontua: “A Amazônia não pode ser tratada em vários escaninhos ao mesmo tempo – a ideia de criar um conselho único me parece um caminho adequado, ,as uma das linhas transversais tem que ser ciência e tecnologia, e a outra tem que ser educação”.
O orgulhoso cientista declarado “cidadão do Amazonas” dispara: “Falta uma visão de país, falta uma visão integrada de país. Precisamos olhar com outros óculos a região norte do país.”
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