MANAUS – Na última reunião do Codese (Conselho do Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico), ocorrida na segunda-feira, 20, o superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, confirmou sua promessa de envolvimento com as iniciativas e demandas do Conselho.
“Logo após minha indicação para a Suframa, depois das reuniões com o presidente da República e ministro da Economia, fui ter com Carlos da Costa, meu chefe imediato, para quem relatei nossas ideias do Codese para responder quais as minhas linhas de trabalho”, disse.
Essa passagem ilustra o tamanho do compromisso do titular da Suframa com o plano de trabalho do Conselho. “Quero dizer que contem conosco da Suframa porque estamos alinhados na construção de uma cidade melhor, de um estado melhor e de uma região melhor para o nosso País”.
No caminho certo
Antônio Azevedo, dirigente do Codese, ao lado de seu maior parceiro de gestão, Romero Reis, não escondeu seu contentamento com esse parceiro de peso, por isso, não poupou agradecimentos pela acolhida e adesão confirmada. “Estamos no caminho certo e adesões como essa e dos cidadãos comuns, mostram que nosso Conselho está surfando em águas alvissareiras. E isso é o que percebemos a cada plenária, que é trimestral, uma participação cada vez maior da sociedade civil, representada pelas entidades. E, naturalmente, cada entidade tem uma representatividade importante na sociedade. Vivemos um momento muito decisivo e histórico na nossa região e o Codese é um movimento, um contraponto para buscarmos, nós, amazônidas ou que adotamos essa terra como nossa residência, uma saída complementar ao que estamos vivenciando no País”.
Inovação e bioeconomia
Manaus abrigará a 2ª Conferência Internacional sobre os Processos Inovativos na Amazônia nos próximos dias 6 e 7 de Junho, para promover interfaces entre institutos de ciência e tecnologia, empresas e novos investidores. Este evento, planejado pelo Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), traduz a importância estratégica e a urgência de criar saídas coerentes com a ecologia e a economia da realidade amazônica. O Instituto está no radar do Codese e aí vai se avolumar. O Instituto existe há 66 anos, graças à insubordinação de alguns cientistas brasileiros que se recusaram a entregar o inventário e os benefícios da biodiversidade aos interesses internacionais do Instituto da Hileia Amazônica. Pena que o país ainda não tenha acordado para esse presente dos céus.
Há muito o que caminhar nessa direção de negócios, sobretudo porque os produtores da burocracia, que regem a atividade local e regional, redigem portarias extensas e quase sempre incompreensíveis, a partir de Brasília, para ordenar as transações econômicas em nossa região. As portarias impõem dificuldades e dão brechas às operações de desembaraço com facilidades. Longe de estimular a fluidez das oportunidades, são portarias pródigas em geração de taxas, impostos e multas que assustam o investidor. A cultura arrecadatória é infinitamente mais ativa do que a fomentadora de empreendimentos.
Efetividade e paradoxos
Há alguns itens dos estudos da FGV sobre “ZFM: impactos, efetividade e oportunidades “ que merecem um debate mais acurada para que estejamos alinhados com relação às razões que tornam frágeis alguns argumentos de defesa de nossa economia. Dizem as conclusões que “Embora a ZFM tenha impactado positivamente os trabalhadores da indústria, não há evidência de impacto social sobre a população como um todo, em termos de acumulação de capital humano e condições no mercado de trabalho”. Temos que ter a clareza numérica para responder a esse impasse transformado em gargalo nos benefícios que a ZFM deixou de propiciar.
O estudo se reporta de modo pontual à Região Metropolitana de Manaus, certamente, a maior do mundo em termos de dimensões geográficas. Dizer que a RM de Manaus tem proporção de alfabetizados e anos médios de estudo similares ao grupo de comparação, é uma fragilidade que se explica pela gestão atrapalhada dos últimos governos e pelo confisco das verbas da Suframa desde a era da gestão federal do PSDB. “Também não se verificou efeito da ZFM sobre a renda total do trabalho, renda dos empregadores e trabalhadores conta-própria”.
Há que se transformar o palco do Conselho de Administração da Suframa em debates de questões como está e não apenas debater e decidir nossas conquistas. Ali, pode ser o lugar do mea culpa, e de lavar a roupa suja usadas de forma equivocada na gestão da riqueza que deveria amenizar os inaceitáveis indicadores das desigualdades regionais.
Voltaremos…
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